quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
O Porre
Eu bobo desse jeito, aceitava, tava tudo muito engraçado, tudo muito legal mas eu ainda teria as duas últimas aulas. Pois bem, nessa brincadeirinha eu tomei 6 doses de velho barreiro bem caprichadinhas. Claro, na hora você se sente um pouco mais alegre mas só sente o baque depois, o problema foi na classe.
Eu cheguei e tinha uma roda de discussão sobre um livro que fala muito de ética no jornalismo, entre outras coisas. Daí eu não lembro de mais nada, me contaram que eu interrompia o professor e esbravejava: - Este livro é utópico! Eu quero ganhar dinheiro! Eu quero ganhar dinheiro!!
Bem, levaram-me para o banheiro para lavar o rosto, voltei e caí da cadeira, a sala toda rindo. Eles estão acostumados com minhas palhaçadas, a maioria pensou que eu tava brincando. Até que num certo momento eu tava indo pro banheiro pela 3º vez eu acho. O professor pediu para me levarem pois, apesar da situação engraçada, eu tava atrapalhando a aula e tinha meia dúzia reclamando já. Quando o Rafa ia me levar para o banheiro... vomitei! Pronto, quem tava em dúvida pra saber se eu tava zoando logo se impressionou. Disseram que meu vômito só tinha um odor: cachaça! Me levaram para o banheiro e disseram que eu gritava: - Sartre não viveu pra ver isso! Sartre não viveu pra ver isso! (hein?)
Vomitei mais no banheiro e apaguei. Minhas aulas são no terceiro andar, aí a coisa começou a ficar séria porque a galera queria ir embora e eu, obviamente não tinha condições nem de andar, estava desmaiado sobre meu vômito no banheiro. O pessoal me puxou e carregou até o saguão. Lembrem-se que tinha sido meu primeiro dia de estágio neste mesmo local, auhahuauha. Os seguranças queriam saber quem era o bêbado. Meus colegas com medo que eu me queimasse tentaram me esconder, mas não teve jeito. Queriam chamar a ambulância, mas acabaram ligando pra minha casa. Minha família veio em peso, vomitei no carro e fomos para o hospital. Eu ainda desmaiado e vez ou outra falando alguma besteira. Acordei às 5 da manhã tomando alguma coisa na veia sem saber de PORRA NENHUMA! Olhei ao meu redor com aquele olho de santo e duas tiazinhas sentadas ao lado olhavam pra mim com um sorrisinho sarcástico. Perguntei onde estava, obtive a resposta e comecei a pensar quem tinha me levado até lá e não adiantava, não lembrava nada!
Comecei a pensar no estágio e que eu tinha que estar lá ao 12:00. Murphy é um FDP, o carro do meu pai deu problema na volta pra casa e por isso ninguém ia me buscar no hospital. Às 11 minha irmã aparece e eu já impaciente para ser liberado corro. Ah, eu estava sem celular, carteira ou qualquer outra coisa. Tive que gastar uns R$ 40,00 para chegar a tempo no estágio e fingir que nada tinha acontecido. No fim do dia levei uma advertência verbal do coordenador do curso. Se arrependimento matasse...
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
O Cristão
Esse vídeo é impregnado do preconceito natural a todos os religiosos em relação aos ateus.
Vamos lá, pela ordem Demétrio,
Antes de mais anda, EU SOU ateu e, por favor, se dirija a mim da forma correta e não de modo pejorativo indicando que minha opção contém intrinsecamente dúvida. Não sabia que Deus estava escondido nas páginas da literatura mundial, eu com certeza não li nem 1% de toda a literatura mundial, eu nego Deus, pois é uma opção minha que talvez tenha a ver com a quantidade de leitura adquirida, talvez não. Assim como existem cristãos que são analfabetos, garanto a você que também existam ateus analfabetos. Conhecimento é muito mais que leitura de "5% dos livros que existem em todo mundo." É uma opção de cada um ser livre para seguir qual ideologia achar melhor para viver sua vida.
Sendo cristão você diz que aprende a ser fiel a todos que te rondam. Ora, por que sendo ateu eu também não seria fiel à minha família e amigos? Com um preconceito claro, você indica que todo ateu é um traidor não digno de confiança. Por favor, Demétrio não faça generalizações baseadas em conjecturas. Depois você segue sua linha preconceituosa afirmando que cristãos aprendem a serem fiéis nos negócios uns para os outros e pergunta se nós também somos. Sim, somos. Mas eu não respondo por todos os ateus, assim como você também não deveria responder por todos os cristãos. Ainda irei fundo nessa questão da generalização mais à frente. Seguindo seu vídeo, agora você começa a divagar (2º minuto) quando diz que o ateu não tem paz e possuí um vazio dentro de si. Caro colega, não generalize, assim como existem cristãos que se sentem tristes vez ou outra, existem ateus na mesma situação. Esse seu discurso barato de porta de igreja não convence a ninguém. Não seja prepotente afirmando o que este ou aquele indivíduo sente.
Depois você diz que acreditamos que o cristianismo seja uma mentira. Ora, a não ser que eu estivesse em coma nos últimos anos realmente acreditaria em tal coisa, mas não, para mim o cristianismo esta aí e existe sim. Depois você fala sobre as desgraças do mundo e que geralmente ateus culpam Deus por isso. Como você bem coloca se um ateu faz isso ele está cometendo um equívoco claro. Mas, outra vez, você generaliza, se você perguntasse para mim de quem é a culpa pela miséria mundial e as outras mazelas que você cita eu diria que só há um culpado: o homem. E diversas vezes tais desgraças são motivadas pela religião, essa sim, nossa grande inimiga. Não defendemos apenas o anti-cristianismo, defendemos também o anti-umbandismo, o anti-islamismo, etc. Você mesmo afirma isso ao dizer que a culpa desse mal é a escolha humana.
Agora os últimos dois minutos de seu vídeo é uma coletânea de retóricas cristãs vazias. Você diz, caso o cristianismo seja uma inverdade, que os ateus perdem por supostamente viverem uma vida em que NÃO são felizes, NÃO têm paz, NÃO são alegres ou contentes, NÃO trabalham, NÃO desfrutam do prazer que estar juntos com a família e amigos, NÃO têm valores éticos ou morais, NÃO preservam uns aos outros, NÃO cuidam uns dos outros e por fim, não amamos. Mas que presunção odiosa, é horrível ver que o ser humano anda tão restrito em relação ao pensamento. Demétrio, por favor, não nos julgue. Se você julga, você julga baseado em fatos, me diga qual ateu possui a vida tão inescrupulosa para você nos julgar assim? Porque se eu fizer o mesmo, caro colega, você está em maus lençóis.
Eu poderia facilmente dizer, baseado em fatos, que viverei uma vida de liberdade de pensamento, que não possuo limites, que estou sempre em busca de crescimento sem qualquer tipo de barreira, e não há nada impedindo que eu enfrente meus problemas com minhas próprias mãos, poderia dizer também que irei me casar se quiser e não por obrigação, entre outras coisas. Quanto a você, posso dizer baseado em fatos, que você vive uma vida desregrada feito alguns religiosos que conheço que você é um pedófilo como alguns padres, que você abusa da boa fé dos pobres para cobrar-lhes dez por cento do salário todo mês feito os pastores evangélicos, que você não irá para o reino dos céus porque baseado nas escrituras que você tanto defende "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino dos Céus.", e a julgar pelo seu monitor e pela sua bela jaqueta você está no caminho errado, poderia dizer também que você persegue negros com uma capa branca cobrindo o rosto e montado a um cavalo porque os considera impuros feito os cristãos da Ku Klux Klan, indo mais longe eu poderia citar os nazistas cristãos que abominavam judeus, por exemplo, também poderia dizer que você compactua com as classes dominantes que ferem, matam, escravizam etc. Mas, não, não irei julgá-lo baseado no que outros cristãos fizeram e fazem.
Bem, no fim você divaga sobre ir com Cristo ao céu e cita animais que correm nos campos ou algo assim como uma prova simbólica da existência de Deus. Eu poderia brincar com você dizendo que vejo Deus na cracolândia, que vejo Deus quando visito os Canis Municipais e o centro de Zoonoses, etc. Mas não farei isso porque é bobagem.
PS: Naquele seu "inclusive você" no fim do vídeo eu quase me senti culpado por existir.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
O controle remoto é meu
Retomo estes acontecimentos de julho para contar que a história se repetiu agora em outubro. Tenho lido Aline ultimamente e claro, fiquei interessado na versão televisiva dos quadrinhos. Infelizmente, como já citei, a série começou em outubro, perdi alguns episódios. A quem recorrer? Claro, Youtube! Habemus Youtube! O facilitador, o libertador, o futuro! Vi os episódios e já comecei a baixar via torrent, se eu quisesse poderia puxá-los direto do Youtube com a ajuda de um programinha básico desses que você baixa com licença gratuita na internet. Mas não, por torrent a qualidade é bem melhor.
Se você pensa que apenas séries novas e a dramaturgia em geral me fazem correr para o Youtube, está enganado. O programa Pânico na TV já não possui minha audiência há meses, pelo menos não na frente da tevê. Os domingos modorrentos em que durmo durante 24 horas passam e quando acordo corro pro Youtube para assistir ao programa. Mando organizar os envios de vídeo por data de inclusão e feito mágica aparecem os uploads recentes de vários usuários que já mandaram os quadros do humorístico para o site. Com o Fantástico é a mesma coisa, a diferença é que assisto do próprio site da Globo.
E quando o passado encontra o futuro? É uma delícia! Vez ou outra bate aquela vontade nostálgica de assistir a episódios clássicos do Chaves, Caverna do Dragão, Cavaleiros do Zodíaco, etc.
Mas é prudente utilizar esse meio sem pensar nas consequências? Afinal, se os anunciantes não tiverem retorno de seus anúncios a qualidade dos programas ira cair. Teoricamente falando, a indústria do entretenimento trabalha de forma retroativa, se não houver capital para financiá-la, não haverá diversão. Mas daí eu olho para o Chaves, por exemplo, e penso: Roberto Gómez Bolaños não gastou muito fazendo isso, afinal, o que o conta é o talento. Se os anunciantes estão preocupados com o fim iminente dos comerciais isso é problema deles. A preocupação é deles, a diversão é nossa.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Falando Francamente
Arnaldo Nogueira participou dos primórdios do telejornalismo no Brasil. O repórter possuiu um programa de entrevistas chamado Falando Francamente que era exibido em meados dos anos 50 na TV Tupi. O primeiro talk-show da TV brasileira ficou onze anos no ar. Uma das entrevistas se tornou histórica.
Arnaldo falava francamente com Marechal Rondon, militar famoso à época, mas o papo ficou franco demais. Quando Marechal Rondon criticou o guaraná servido durante a entrevista, via-se um Arnaldo mais branco do que de costume nas tevês preto e branco da época. O programa era ao vivo, não havia como editar. O Guaraná Champanhe cancelou o patrocínio um dia depois.
O jornalista Arnaldo Nogueira entrevistaria o Marechal sabendo que iria perder o patrocínio? Provavelmente, não. Mas este é o cerne da questão. Jornalista não se curva perante seus anunciantes. Jornalista cede aos interesses da sociedade.
Em 2008 o site Gamespot anunciava diversos jogos de computador. No mesmo site, foi publicada a resenha de um jogo por um jornalista. Tal jogo era anunciado no site, o problema foi a nota dada pelo jornalista, uma nota baixa. O jornalista foi demitido. Nenhuma das três partes (anunciante, site e jornalista) confirmou que a demissão foi motivada pela resenha. Mas com certeza ajudou para tal.
Temos aqui um exemplo claro de influência dos anunciantes no conteúdo jornalístico. É dever fazer as devidas críticas ao jogo, se ele assim merecer. Jornalista não deve se curvar a anunciantes. Mesmo sem emprego, mantém seu caráter íntegro.
No Brasil as coisas não são diferentes, a rede Globo, por exemplo, deveria veicular um Globo Repórter com os males do alcoolismo, já que o programa vem recebendo críticas quanto ao conteúdo nos últimos meses, seria uma prestação de serviço exemplar. Mas isto não ocorre, talvez pelo número de anunciantes de cerveja do canal? Talvez.
Recentemente, o jornal americano The New York Times publicou uma matéria financiada pelos próprios leitores. A solução parece inteligente, o público pagaria pelo seu próprio conteúdo, este, chegaria limpo às suas mãos, sem risco de que tal conteúdo tivesse algum tipo de influência dos anunciantes. Afinal, os anunciantes não existiriam, a matéria seria bancada pelo próprio leitor. O interesse defendido pelo jornalista seria apenas o interesse do cidadão.
A intenção é maravilhosa, mas a ideia de o leitor financiar matérias soa utópica. O mundo está se tornando auto-suficiente em relação às notícias. As redes sociais, a troca de informações entre os próprios cidadãos se torna cada dia mais comum. A imprensa deve focar seu conteúdo para os cidadãos. Anunciantes virão naturalmente, mas antes, é preciso criar credibilidade para servir de vitrine para as propagandas. Lembrando que, departamentos comerciais e editoriais não devem se misturar.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Rádio?
A escuridão cobriu a sala de aula. Inicialmente, esbravejei e amaldiçoei a instituição onde estudo:
- Mas não temos um gerador?
A caminho do ponto de ônibus, percebi que a escuridão era generalizada. Demorei uma hora e meia num trajeto que leva aproximadamente quarenta minutos. Também pudera, semáforos não funcionavam e o humor dos motoristas aquela altura não ajudava. Chegando, liguei a lanterna do celular para encontrar a chave de casa.
Entrei e encontrei um cenário singular: toda minha família reunida em volta da mesa, iluminados pelas velas espalhadas sobre a mesa, suas feições não eram nítidas, a falta de luz dificultava e eu não percebi que estavam afoitos. Todos curiosos para saber o que acontecia com o mundo. O que houve para a energia sumir? O que aconteceu que não posso esquentar um café no microondas? Por que a TV não liga? Cada pormenor que passa despercebido no dia-a-dia não é possível sem energia. Todos desesperados por notícias, pediam-me que ligasse o rádio. Envaidecido como aspirante a jornalista que sou, tratei de atender ao pedido.
Carrego comigo um MP4, um desses aparelhinhos que faz tudo: roda vídeos, toca mp3 e também possui rádio FM, entre outros apetrechos. Mas como ligar um rádio que funciona com fones de ouvido para toda a família ouvir? Botei a cabeça para funcionar e tive uma ideia. Ideia que não pôde ser representada por uma lâmpada perto de minha cabeça, afinal, faltava energia (piada infame). Pois bem, minha ideia era pegar o notebook e suas caixas de som, que funcionam via USB, e ligá-las ao MP4, obtendo assim, um rádio audível a todos. Ah, o rádio. Rádio é igual polícia, só faz falta quando precisamos. Pois é, estação nenhuma sintonizava, até que a Jovem Pan deu o ar da graça e saltou caixas de som afora. A informação inicial foi de um apagão na região sudeste do país. Logo, o diretor-geral de Itaipu entrou no ar para dizer que uma “avaria” levara nossa tão necessária energia. A causa parece ter sido um raio. Que raio, não? Mas o que chamou a atenção mesmo, foi minha família em volta do notebook, ligado às caixas de som USB, ligadas ao MP4, todos em silênciio ouvindo... O rádio, o velho rádio. Tão desprezado em outros dias voltou a ser querido por algumas horas. Prova de que o rádio não morrerá. Obrigado rádio.
Este texto foi escrito às 01:15 da manhã, no dia do apagão.
domingo, 1 de novembro de 2009
No passado
O futuro mostrado em filmes dos anos 80 e 90 é curioso. Nosso presente é o futuro que eles vislumbravam. No decorrer do texto vou relembrar algumas previsões acertadas e outras que beiram o ridículo.
A primeira lembrança é a guerra nuclear de “O Exterminador do Futuro 2” (1994) de James Cameron. Guerra que aconteceria em 1997. Cá estamos em 2009 e nem os organismos cibernéticos (os famosos cyborgs) foram criados.
No aclamado “2001 – Uma Odisséia no Espaço” (1968), Stanley Kubrick prevê um mundo em que a viagem interplanetária seria comum. Ora, nem voltar à lua conseguimos com tanta facilidade, quanto mais explorarmos outros planetas. Sem esquecer a inteligência artificial do computador HAL-9000. Computador este que consegue tomar o controle de uma nave de forma assombrosa mudando o curso de uma missão anteriormente programada. Este tipo de inteligência, avançada no “2001” de Kubrick, ainda engatinha em nosso mundo contemporâneo.
Uma pérola para discussão dessas previsões é a trilogia “De Volta para o Futuro”(1985-1990) de Steven Spielberg. Lembro do Café Anos 80. No tal café, as refeições seriam servidas por bonecos projetados em um monitor que se deslocava de um lado a outro, assim as garçonetes não seriam mais necessárias no futuro. Os hologramas eram os novos outdoors e a entrada em nossas casas feita pela identificação da digital. Claro que o tráfego fora praticamente eliminado no futuro de Spielberg já que os carros também voavam. Realmente a previsão do café anos 80 acertou em cheio. Temos milhares pelo mundo e todos eles fazem questão de tocar Michael Jackson exaustivamente, assim como ocorre no filme. Mas e os Hoverboards? Infelizmente os skates voadores ainda não existem. Muito menos as viagens no tempo, assunto também abordado no “Exterminador”.
Na sede por respostas, o ser humano sempre tenta prever o futuro em sua arte, mas a medida que o futuro iminente vai tomando conta de nossas vidas, começamos a perceber que a coisa não será tão rápida e que talvez nossa geração, nascida nos anos 80, não presencie mudanças tão significativas como carros voadores ou uma inteligência artificial auto-suficiente.
E você? Lembra de algo que se cumpriu? Lembra de algo absurdo que não existe e parece estar longe de existir? Comente.
sábado, 10 de outubro de 2009
Salvem o Jornalismo
Pela primeira vez em dez anos o curso de jornalismo da USP não obteve mais de dois mil inscritos para concorrer a uma das 60 vagas oferecidas pela Universidade.
Tais acontecimentos devem-se a desregulamentação da profissão e também, como dito anteriormente, o fim da exigência do diploma para exercício da mesma.
Por outro lado o ano foi estimulante para os estudantes de jornalismo. O Pré-Sal em voga, a preconização do armamentismo para a defesa de nossas reservas de petróleo, a escolha do Brasil para sediar as Olimpíadas de 2016, o golpe de estado em Honduras com todos os pormenores que tornaram o Brasil coadjuvante do fato, as reviravoltas no cenário político e ainda teremos as eleições em 2010 e a Copa do Mundo em 2014.
O cenário é benéfico para a profissão, mas a procura por ela não reflete isso. O problema é a descrença no quão benéfico e útil são os ensinamentos do curso. Vemos exemplos, principalmente na TV e na Internet, de que não é preciso muito para exercer nosso trabalho. Aí que mora o erro. Os exemplos são de um jornalismo “feito nas coxas”, sem preceitos básicos ou qualquer compromisso com o cidadão. Mas isso é jornalismo com data de validade. Não dura.
Darei dois exemplos de irresponsabilidade jornalística. O primeiro deles aconteceu há pouco. Horas depois da explosão da loja de fogos de artifício em Santo André um famoso portal deu que o número de mortos chegaria a onze. Daí seguiu-se uma enxurrada de “copiar e colar” e todos foram atrás deste mesmo portal. Eu ouvia a rádio Band News que se manteve lúcida. No fim, a informação estava incorreta e a rádio deu a notícia certa desde o princípio, sem azáfama. Outro exemplo é mais famoso. Entrevista com o PCC no Domingo Legal apresentado à época por Gugu Liberato. Em síntese, o programa exibiu uma matéria em que supostamente eram entrevistados membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Entre os absurdos, os membros da gangue ameaçaram o apresentador José Luís Datena e o Padre Marcelo Rossi. A infame matéria era falsa.
Tais exemplos demonstram que qualquer um realmente pode fazer jornalismo. Mas os exemplos também mostram que se não houver compromisso com o cidadão e com a verdade, o jornalismo é amador e descartável. Aí que entra a universidade. O curso de jornalismo constrói um profissional responsável. Simples assim. Em suma, estudar é imprescindível para o exercício correto da profissão de jornalista. Na universidade ou em casa, a chave para a salvação da profissão é um melhor preparo de seus atuantes.
Se você quiser seguir o exemplo abaixo, siga, mas eu te garanto que antes de completar 30 anos você estará desempregado ou forjando notícias para ganhar vida.
http://www.youtube.com/watch?v=eywqbGRQlls
terça-feira, 22 de setembro de 2009
A Matilha
Que seguia Rafael que seguia Danilo que seguia Xuxa
que não seguia ninguém.
Marcelo foi para os Estados Unidos, Rosana para o convento,
Aloísio morreu de desastre, Rafael ficou pra tia,
Danilo suicidou-se e Xuxa casou com L. Szafir
que já tinha entrado na... Xuxa.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O Helicóptero
Para Elliott a vida do casal era fútil a ponto do baiano desejar uma péssima noite de sexo. Elliott nutriu em seu âmago uma inveja tamanha que desejou a impotência do macho da matéria. O estudante desejou que a noite do casal fosse um fracasso. Se o sexo fosse ruim, todo o resto de nada valeria.
Elliott dormiu. Pela manhã, pegou suas contas e as queimou. Tudo feito em frente ao espelho. Elliott estava nu. Com lágrimas nos olhos, tomou o primeiro vidro de pílulas que encontrou na cozinha. Deitou-se esperando o pior. Elliott foi ao banheiro e por lá ficou o resto da tarde. Cegado pela inveja, Elliott tomara laxante que sua irmã acabara de comprar.
Elliott não morreu, mas continua chorando. O motivo agora é a dor física.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Estou Baiano!!!
A Bahia mora agora em meu coração. Sem demagogia, todo o resto do país é feio.
Minha viagem começou no Aeroporto Internacional com aquele nome bisonho que não cito. Logo de cara, eu e alguns amigos tomamos uma cerveja numa lanchonete típica baiana, comemos um salgado que até agora não identifiquei. Avisado pela balconista por diversas vezes que a única cerveja disponível era a temível Bavaria. A garota me avisou três vezes antes de servir. “Só tem Bavaria”. Repetiu de tal forma que deu medo. Mas bebi. Bebi e minha maratona com o álcool baiano começara ali. Pegamos um ônibus típico, digo isso pois demorou duas horas pra chegar. Na Bahia tudo demora mais, fato! Não é perseguição nem bairrismo bobo de paulista afetado. É fato! Na Bahia, tudo demora mais. Mas deixe estar. O visual que se tem andando de ônibus na Bahia recompensa qualquer espera. O mar se mostra todo, como um bom baiano. Entre meus companheiros de viagem a babação era total.
Chegamos no Apê depois de passarmos alguns minutos no Shopping Barra. Adorei o Shopping, mais arrumadinho que muitos daqui de Sampa. Tomei meu banho gelado. Sim, pelos lados soteropolitanos só tomei banho frio, o calor é imenso na terra do Axé. Eu e mais dois “trutas” rumamos para a praia.
Todos que foram à praia na primeira noite eram paulistanos. Era coisa típica de “mano” que só vê o mar de quando em quando. Água gelada e medo das pedras impediram um mergulho mais profundo deste que vos escreve. Voltamos observando sempre a paisagem que até na calada se mostra bela. O Farol da Barra alumiando tudo e todos. É lindo, simples assim.
De volta ao apê (quase a beira-mar), pegamos a viola e depois de um banho voltamos pra praia. Agora foi a galera toda, bebemos mais e fomos cochilar. Na Bahia não se dorme, se cochila, pelo menos esta foi minha sina. Não completei sequer uma noite de sono naquelas bandas. Salvador tem sua própria energia, quem pisa em terras baianas não sente sono, só vontade de beber e ser feliz. No dia seguinte, o plano era visitar os pontos históricos, assim o fizemos.
A primeira parada foi o elevador Lacerda. Dali você vai à qualquer lado da Bahia famosa. Pelo simbólico valor de cinco centavos, subimos e tiramos fotos. Ganhamos fitinhas típicas do Senhor do Bonfim. O povo baiano é hospitaleiro, às vezes até demais. Fomos ao Mercado Modelo e passamos pelo seu subsolo. Lugar onde era feito o comércio de escravos. Muitos morriam por ali quando a maré subia. Um lugar sombrio onde o presente encontra o passado. Uma parte trágica de nossa história conservada para que futuras gerações entendam que houve algo pior que a ditadura militar: a escravidão.
Era hora de provar a cachaça mais famosa do Pelourinho: o Cravinho. Tomei duas doses. Achei maravilhoso, me deixou ligado. Dali fomos ao Pelô Clássico, um dia para visitar tudo é pouco. Tomei uma cerveja no bar do Neuzão que serviu de cenário para o filme e a mini-série “Ó Paí Ó”. Passamos por todos os pontos turísticos, lembrei do Michael. O visual do Pelô é lindo e mais uma vez pensava na diferença de Sampa pra Bahia. É gritante! Sampa é feio, fedido, perigoso. A Bahia é linda, fedida e perigosa. Pensando bem não é tão diferente.
A noite dava o ar da graça, voltamos e nos preparamos para algo. Não estava nada decidido ainda. A anfitriã, a linda Carla Andréa, sugeriu o tal do bairro “Rio Vermelho”. Fomos e bebemos mais e mais. Antes do porre, é claro, não poderia faltar a degustação do famoso Acarajé da Dinha. Uma delícia, demorei mais ou menos uma hora pra comer tudo, mas valeu a pena. Entre os papos, várias piadinhas, rimos até doer o rosto, mas isso são detalhes que só conto pra quem perguntar.
O dia seguinte era o dia da praia. Ah... a praia. Eu amo o mar, é revigorante. O mar baiano nem de longe lembra as praias do litoral paulista. Dá pra ver o fundo e não vi nenhum torosso nadador por perto. A cerveja é barata. Aliás, faço aqui um baita elogio ao povo baiano. Tudo é muito barato por lá, desde a cerveja até as lembrancinhas. Amei isso. Demos a volta no Farol, ainda não tínhamos feito isso.
A última noite em Salvador foi regada a muita cerveja, pão integral sem nada e caipirinha. Respiramos o ar puro na varanda do Apê madrugada a dentro. No dia seguinte, a melancólica despedida e uma sensação de que São Paulo é muito chato!
terça-feira, 1 de setembro de 2009
O Tietê
Uma questão aflige o jornalista contemporâneo: Trabalhar para o cidadão ou para si mesmo? Quando digo "si mesmo" me refiro também aos grandes grupos de comunicação. Cada dia mais os maiores são os piores. O filtro para encontrarmos algo que valha a pena nos jornais, revistas, televisão e internet é cada dia mais requisitado por este ser errante que vos escreve. Eu tenho meus preconceitos, meus valores e também uma bronca pela coluna em laranja da GLOBO.COM.
O jornalismo superficial cresce. A Record (a tv) discute o caso de uma professora que dançou funk, parou no Youtube e perdeu o emprego há pelo menos uma semana. Não aconteceu nada mais importante para a população nesse meio tempo? Claro que sim, óbvio que sim, mas enquanto tal professorinha der audiência, esta seguirá no ar, pomposa e alimentada por perguntas fúteis de apresentadores que ganham mais do que eu e você.
Antes de me criticar, não, não assisto aos tais programas que critico. Talvez até devesse, mas sei que são desnecessários, pois já assisti programas parecidos durante um tempo inútil de minha vida. Hoje, ouço o som vindo da TV de meus pais e o que sei do acontecimento foi ouvindo o tal Geraldo comentando.
Nesse cenário o jornalista que busca ser objetivo e trabalhar para a sociedade não possui espaço. Acaba passando fome ou coisa pior: aceita cargo de certo Presidente do Senado bigodudo para trabalhar noticiando a favor do patrão. O jornalista ruim é produto do meio em que vive? Talvez. Acredito que se você for bom e acreditar num jornalismo que cumpra sua função perante a sociedade, mesmo ganhando menos, seu caráter permanecerá puro.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Michael Jackson
Oitavo CQC? Sonhei.
Tem uma galera literalmente emputecida por não ter sido chamada, criaram até um blog onde confabulam teorias da conspiração relacionadas aos candidatos escolhidos, o endereço do blog é http://tramadocqc.blogspot.com/
Nesses dois meses
Fim das Férias
O segundo semestre da faculdade de jornalismo me atiça logo na primeira semana. Em Teoria da Comunicação, estudaremos a escola estruturalista. Depois dos frankfurtianos e dos funcionalistas, veremos estes belos que acham que um Programa do Ratinho não é tão inútil assim. Teoria do Jornalismo começou pegando fogo e já aparenta ser a disciplina que adotaremos como "a queridinha" (ok, estou falando por mim). Em Teoria da Imagem, com o querido Márcio Rodrigo no comando, a coisa promete ser bem legal e exigirá certos esforços dos alunos, principalmente na feitura do trabalho. Já Língua Portuguesa I é a menos interessante das disciplinas do segundo semestre, como alunos de jornalismo, já somos feras no português e na modéstia. Sem brincadeiras, é uma das disciplinas mais importantes do segundo semestre.
Ainda não tivemos aulas de Técnicas de Reportagem I, com o fodão Carlos Dias, Rádio Jornalismo I e Filosofia da Comunicação. Estou ansioso, principalmente com Rádio Jornalismo, já perdi estágio porque não sabia nada. A disciplina web é Metodologia Científica com o simpático Luis Paulo Neves. Sobre a bibliografia, já percebi que leremos muito Umberto Eco.
Bem, é isso, estou de volta ao BLOG também, afinal, escrever é o melhor exercício.
domingo, 21 de junho de 2009
Eu na Folha 4
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/semanadoleitor/sl2106200901.htm
Lembrem-se, é preciso ser usuário UOL ou assinante da Folha para ver o texto.
PS: Sim, também publicaram meu comentário sobre a saída de Muricy no Painel do Leitor.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Unisa Debate Sobre o Fim da Obrigatoriedade do Diploma de Jornalismo
Unisa Debate Sobre o Fim da Obrigatoriedade do Diploma de Jornalismo
Data: 22/06/2009 (2ª Feira)
Horário: 19h30
Local: Miniauditório do Campus II, Rua Isabel Schmidt, 349, Santo Amaro, São Paulo - SP.
A pré-estreia de Loki
Anos 60, um contrabaixo, uma guitarra e um piano por perto, Arnaldo Baptista estava pronto para colorir o mundo. Mas tudo tem começo, meio e fim. A história de Arnaldo está longe de seu fim. História que virou documentário o qual acompanhei ontem em sua pré-estreia.
Dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, o documentário segue a vida perturbada do músico até seu retorno aos palcos com os Mutantes em 2006. As imagens de arquivo nos remetem a uma época rica de criatividade em nossa música.
Os Mutantes conseguiram, num tempo de forte influência estrangeira em nossa música, dar identidade brasileira ao Rock. O documentário nos transporta a essa época através de diversos depoimentos, entre eles do jornalista Nelson Motta, do mutante Sérgio Dias, Liminha e Dinho Leme, Gilberto Gil e Tom Zé. Tudo intercalado a um mosaico, uma pintura que Arnaldo fez relembrando os diversos momentos. Rita Lee não quis dar depoimento. Segundo o diretor, toda vez que a assessoria da cantora era contatada, diziam que Rita não fala dessa época.
Arnaldo é posto com afeição na grande tela. O diretor Paulo Henrique contamina a todos com este sentimento, ao final da sessão, nossa vontade é abraçar o mutante. Como grandes gênios vivos, Arnaldo obteve sua redenção após vertiginosa queda.Vale lembrar que fomos nós que o condenamos à sua pior época. O Brasil é cheio de preconceitos, foi preciso gente de fora dar valor para que reconhecêssemos a importância de Arnaldo para nossa música. Se não fosse Kurt Cobain e Sean Lennon (ou também Mike Patton) citar Arnaldo como principal influência, talvez, este estivesse morto e esquecido feito Simonal.
Após a exibição, houve um debate, uma sabatina com a participação de Arnaldo Baptista, do diretor Paulo Henrique e do gerente de Marketing e Projetos do Canal Brasil, André Saddy. Separei os pontos mais interessantes:
A Idéia do Documentário
Paulo Henrique – O material seria usado originalmente para um programa no Canal Brasil. Achei que essa história deveria ser contada.
Novo Disco dos Mutantes
Arnaldo Baptista – Não ligo mais para Mutantes. Não gosto das guitarras do Sérgio, ele usa Amplificadores Digitais, prefiro os valvulados. Eu gosto de guitarras Gibson.
Música Brasileira Contemporânea
AB - Não ouço nada, só Pato Fu.
Novos Projetos
AB - Fazer um show com uma Gibson, usando amplificadores Valvulados.
Sobre a “Patrulha do Espaço”
AB - Não se encontram ao meu alcance no momento.
Sobre Expor suas obras
AB - Gostaria de encontrar alguém que faça isso acontecer
Mantém contato com algum Tropicalista?
AB - Meu dia-dia não permite. Cada um leva sua vida.
Beatles ou Rolling Stones?
AB - Beatles abrange folclore. Rolling Stones é música lenha, pesada. Um completa o outro.
Momento mais emocionante do documentário?
AB - Foi quando eles chegaram a minha casa com o gravador e a câmera digitais. Nunca tinha visto. Não conhecia equipamentos assim.
PH – O momento mais emocionante é ver a reação do público agora. Sensação de dever cumprido. O filme não é mais nosso, é do público.
Assalto durante as filmagens em Londres
PH - Filmamos numa região perigosa. Uma gangue tentou roubar nossa câmera, corremos e quando Arnaldo nos viu correr com a gangue nos perseguindo, correu atrás, gritando. Eles dispersaram ao verem Arnaldo correndo atrás. Ele salvou o filme, pois era a única câmera. Ele disse que foi bom, pois pode praticar seu caratê.
Comparação com Syd Barret
AB - Comparação tem um peso mais importante do que consigo imaginar.
Algum momento delicado foi cortado do documentário?
PH – Tivemos carta branca do Arnaldo. Nenhum tipo de censura, quando mostramos o documentário a ele pela primeira vez, ele disse que tínhamos conseguido captar sua alma.
Banda dos sonhos de Arnaldo Baptista
AB – Jimmy Page na guitarra, porque ele usa Gibson. Baixista, escolho Jack Bruce do Cream. Baterista Nigel Olson, que foi baterista do Elton John e o tecladista Tony Kaye do Yes.
Arnaldo Baptista fez um apelo aos presentes que pedissem à gravadora EMI que recolocasse sua obra em catálogo. É bom lembrar que o compositor também tem livros prontos a serem publicados e pinturas prontas a serem expostas. Só falta o patrocínio.
SITE OFICIAL DO CANTOR: http://www.arnaldobaptista.com.br/
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Loki - Documentário sobre Arnaldo Baptista
O documentário conta a história da conturbada vida do cantor através de imagens históricas intercaladas à uma pintura que Arnaldo compõe durante a exibição.
Fotos de Arnaldo ainda criança e imagens de sua primeira banda, O’Seis, ao lado do irmão Sérgio Dias. A separação e o surgimento dos Mutantes. Sua paixão por Rita Lee, seu problema com as drogas, a tentativa de suicídio, sua recuperação e seu retorno. O documentário é primoroso, logo postarei uma resenha detalhada.
Trailer:
Sobre a obrigatoriedade do diploma para jornalistas
Sim, eu sou estudante de Jornalismo. Terminei meu primeiro semestre há pouco. Você pensa que irei vender meu peixe, defender com unhas e dentes a obrigatoriedade do diploma, afinal, tenho que justificar os três anos e meio que terei pela frente como estudante, certo? Certo. Mas não irei justificar meus estudos (ou o dinheiro gasto com eles) para confortar minha posição. Irei basear minha defesa do diploma em fatos.
Há alguns meses, passei a carregar um texto em minha bolsa, cujo autor, é jornalista famoso, não formado. Falo de Gabriel Garcia Márquez. O texto, intitulado, “A Melhor Profissão do Mundo”, discute exatamente este ponto; A necessidade de escolas para jornalistas. Para Márquez, a desgraça das faculdades talvez seja ensinar muito de útil para a profissão, mas pouco da profissão propriamente dita.
Outros exemplos (menos sérios que o texto de Gabriel) de um jornalismo sem diploma, são os filmes “A Primeira Página” e “A Montanha dos Sete Abutres”. O primeiro ridiculariza o jornalista formado em faculdade que tenta cobrir a execução de um preso junto a outros velhos lobos de profissão. O segundo também esconde nas entrelinhas a mensagem de que o verdadeiro jornalista é aquele que vai à rua. Botando a figura do recém formado jornalista sempre como aprendiz do veterano interpretado por Kirk Douglas. Não há nada de errado na visão que esses três exemplos nos dão. O problema é que a comunicação contemporânea exige mais zelo.
Não se lê tanto como antes. A idéia de ética dos jovens de hoje é distorcida. Ética jornalística então, nem se fala. Alguns nem politizados são. Outros não querem nem saber de política. Alguns nunca ouviram falar dos preceitos básicos do jornalismo, como aquele de “ouvir os dois lados da história”. Bem, mas acredito que estes não conseguirão emprego, nem no pior jornal da cidade.
Também devemos racionalizar quanto aos órgãos que defendem a não obrigatoriedade do diploma. A Folha de São Paulo, por exemplo, não quer perder Delfim Netto de sua lista de colunistas. Quem melhor que ele falará de nossa economia? Concordo. Por outro lado temos o Sarney enchendo linguiça toda sexta-feira. Dispensável.
Um bom jornalista é composto da sede de Charles Taturn (personagem de Kirk Douglas em “A Montanha”), da ousadia de Walter Burns (personagem de Walter Matthau em “A Primeira Página”) e, equilibrando todo esse ímpeto por notícia, a mentalidade, ética e a escrita de Gabriel Garcia Márquez. Pronto, saiu do forno o jornalista perfeito. Agora, tal jornalista irá se criar sozinho? Nascer pronto? Feito um Pelé ou um Ronaldo? Não. Daí a necessidade de curso Acadêmico para ensino da profissão. Curso este que deve ser reformulado, como o próprio Gabriel Garcia diz. E isso deve ser feito o quanto antes.
LINK PARA O TEXTO DE GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ
terça-feira, 9 de junho de 2009
Simonal - Ninguém Sabe o Duro Que Dei
O documentário conta a história do cantor Wilson Simonal. Simonal fez muito sucesso no fim da década de 60 até o início dos anos 70. Era conhecido com o rei do suingue, o cantor das multidões. Após acusação de ser informante da ditadura militar, Simonal foi condenado por seus colegas do meio artístico, e pelos meios de comunicação, ao ostracismo.
O filme segue uma cronologia que faz o espectador entrar em conflito consigo mesmo. Vemos que Simonal era um ídolo verdadeiro. Talvez o grande ídolo da época, ao lado de Roberto Carlos. O cantor tinha produtos com seu nome. Apresentava um programa de TV. Simonal era como diz Chico Anysio, o “Rei da Cocada Preta”. Mas quando ele comete o erro de se envolver, mesmo que inconscientemente, com torturadores da ditadura, vê sua queda começar.
Simonal desconfiou que seu contador estivesse roubando o. Mandou seus seguranças lhe darem uma surra. Os seguranças levaram o homem ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e a seus torturadores. Após a surra, o contador, Raphael Viviani acusou Simonal formalmente de sequestro. No dia seguinte, deu se a confusão. Os jornais noticiaram a ligação de Simonal com o órgão militar.
Apesar de ser homem público, o cantor era um ignorante aos assuntos políticos. Não sabia que o peso de se intitular informante da direita, mesmo que em tom sarcástico como foi feito lhe marcaria para o resto da vida e daria fim à sua promissora carreira.
Os jornais da época, numa claríssima falta de respeito aos princípios do jornalismo objetivo e imparcial, noticiavam os boatos sobre o caso. As versões eram transformadas em fatos, principalmente após as brincadeiras de Simonal sobre ser informante da direita. Ele foi acusado pelo Pasquim, de ser dedo duro da ditadura. É interessante vermos que a irresponsabilidade jornalística dos meios da época se contrapõe à imparcialidade do documentário. O diretor Cláudio Manoel se preocupou em ouvir os dois lados, pela primeira vez, o contador de Simonal na época, e coadjuvante do acontecimento que deu início à queda do cantor, é ouvido. Visivelmente abalado ao ter que falar sobre o caso, percebemos que sua vida também fora fortemente afetada pelo episódio. Terminada a sessão, o espectador certamente irá se perguntar se Simonal mereceu ou não seus anos de exclusão. A resposta com certeza será não. Wilson Simonal foi um dos maiores injustiçados da história recente de nosso país.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
O Exterminador do Futuro - A Salvação
Acabo de chegar do cinema. Fui assistir ao novo “Terminator”: Sou fã da franquia desde seu segundo filme. Lembro-me que era criança, tinha meus oito ou nove anos quando assisti, fiquei impressionado com os efeitos. Por anos foi meu filme predileto. Hoje já não penso assim, mas continuo fã da série. Tanto que fui à primeira sessão, logo pela manhã. Estou desacostumando com os blockbusters, o próprio “Wolverine” eu ainda não vi. Quanto ao Exterminador do Futuro – A Salvação, este merece duas resenhas de minha parte, uma apaixonada e outra crítica. Vamos a elas:
Resenha Apaixonada:
Há meses que acompanho o processo de feitura do T4. Fotos caindo na rede, trailers no Youtube, a digitalização de Arnold Schwarzenegger, Christian Bale como John Connor, tudo isso só me deixou mais ansioso. Eu amo esta série e o quarto filme é primoroso para fãs como eu.
A história se passa em 2018. O dia do julgamento aconteceu. A guerra de humanos versus máquinas continua. Os humanos são cada vez menos e as máquinas dominam o planeta. Diante desse cenário temos Connor tentando interromper um plano de extermínio das máquinas, que inclui seu pai, Kyle Reese. Por outro lado temos um exterminador diferente, Marcus Wright, vivido por Sam Worthington. Um exterminador com mente e coração humano.
O filme faz diversas referências aos outros da série. Há a inserção da famosa frase de Arnold: I’l Be Back. Alusões a cenas clássicas, como em T1 quando o exterminador sobe as escadas para pegar Sarah Connor. John Connor utiliza como isca para capturar um motoexterminador um rádio que toca You Could Be Mine da banda Guns’n Roses, música que fazia parte da trilha do segundo filme. O exterminador pisando na cabeça de um esqueleto humano. E é claro, a maior de todas as homenagens, a digitalização de Arnold Schwarzenegger, para que o ator, agora governador do Estado da Califórnia, fizesse uma pontinha na película. Uma pontinha mesmo, a cena é bem curta.
O mais impressionante são os efeitos especiais. Um orçamento de 200 milhões de dólares não poderia fornecer material ruim. Repare na primeira cena, John Connor entra em um helicóptero e dali segue-se apenas uma tomada, sem mudanças de câmera, entre as explosões e a queda do helicóptero. Uma seqüência espetacular, seria impossível tal filmagem, sem o auxílio dos efeitos digitais.
Em suma, para os fãs da série é um deleite, vermos John Connor encontrar seu pai quando este ainda é uma criança, Kyle Reese aprendendo a esconder armas embaixo da manga do casaco. Um sentimento nostálgico toma conta de nós.
Resenha Crítica:
Mas nem tudo são flores no reino encantado de Hollywood. O filme contém aquilo que já havia em T3: mesmice. O que salva nos dois últimos Exterminadores são os efeitos especiais. Nos dois primeiros eles também tinham sua importância, mas não era o que mais chamava a atenção.
A trama dos dois primeiros filmes era interessantíssima. O enredo era sabiamente conduzido. Talvez o abandono de James Cameron à série tenha contribuído para a queda na qualidade. Talvez o tema apocalíptico, com a chegada iminente do futuro, tenha perdido o encanto. Não estamos presenciando um avanço tão veloz da tecnologia como os primeiros filmes da série supunham. Mas mesmo assim, é um bom divertimento, apesar de não lembrar em nada o auge da série.
Memorial da Resistência
O Memorial da Resistência, localizado no antigo prédio do Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (DEOPS/SP), nos fornece material histórico de valor incalculável. Material que nos remete à uma época negra de nossa história, os anos de chumbo, a ditadura.
Dividido em quatro partes, o memorial nos mostra em sua Parte A uma descrição de como o prédio foi usado ao longo de todos estes anos. Na Parte B, a tecnologia contemporânea demonstra sua utilidade aos visitantes da exposição. Através de uma tela sensível ao toque, podemos ver descrições detalhadas sobre as torturas, os movimentos de resistência, a repressão, ou seja, os principais temas, além de fotos e documentos digitalizados. Uma linha do tempo, escrita sobre a parede, mostra os principais fatos políticos desde o início da ditadura até os dias de hoje. Na Parte C, a exposição nos brinda com a reprodução de uma cela como era na época. O cheiro e as inscrições na parede foram reproduzidos, emocionando o público. Em outra cela há fones que reproduzem depoimentos de sobreviventes da ditadura. Muitos dos visitantes se emocionam neste local. Em outra cela há exibição de um filme contando a história dos presos da época, de como eles eram classificados em suas fichas de entrada. Termos como “subversivo” e “terrorista” eram constantemente usados pelos militares. Na Parte D, temos reproduções fiéis de prontuários da época. Alguns documentos apreendidos pela polícia são expostos, além de depoimentos em vídeo dos sobreviventes.
Interessante é que podemos ver nos documentos e nas exibições em filme, demonstrações diversas do importante papel da imprensa na época. Jornais da resistência eram impressos aos montes. Os estudantes utilizavam este meio como forma de comunicação e denúncia de abusos. Na imprensa tudo passava pelo crivo da ditadura. A censura era pesada. Assim os estudantes tentavam criar formas de driblar tal obstáculo criando estes pequenos impressos e distribuindo aos outros cidadãos.
Documentos da época, filmes com fotos das passeatas, livros considerados subversivos pelo governo ditatorial, fotos dos presos e dos mortos, músicas da época, etc. Um material que deve ser visto por qualquer cidadão que acredite na democracia e tem vergonha de viver num país que viveu no regime militar por tanto tempo.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Eu na Folha 3
Auxílio moradia
"Enquanto o ministro das Finanças britânico, Alistair Darling, pede desculpas por fazer uso indevido de seu auxílio moradia, do qual ele tem direito, vemos no Brasil situação parecida. Três de nossos ministros recebendo auxílio moradia mesmo após terem trocado o Senado pela Esplanada, ou seja, eles não têm direito de receber tal benefício. Enquanto Darling restitui o valor que gastou de forma ilícita e sofre pressão pública, nossos ministros só devolverão o dinheiro, ao qual eles não tinham direito, se houver decisão do Senado nesse sentido. Uma vergonha!"
LEONARDO ARAUJO DA SILVA DIAS (São Paulo, SP)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/paineldoleitor/ult10077u575712.shtml
Uma pequena reflexão.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
1º Fórum de Jornalismo realizado na Unisa - Universidade de Santo Amaro
A abertura do evento ficou por conta de Mario J. Silva, que apresentou a revista Brasileiros aos estudantes presentes. Mario contou como Helio Campos Mello, fundador da Brasileiros, teve de tirar dinheiro do próprio bolso para tocar seu projeto. Helio dizia que nenhum veículo de Comunicação nacional falava bem do país, por isso decidiu criar a revista. A revista propõe forma interativa de comunicação, prova disso é o caso das estudantes Thaís Pinheiros e Thaisa Fernandes, que tiveram seu TCC transformado em matéria para a Brasileiros. Seguindo veículos de Comunicação como a TV Câmara, a revista Brasileiros disponibiliza seu acervo para publicação pública, em troca, pedem apenas que a revista seja citada como fonte. Findada apresentação da revista, principal evento da noite, debate sobre o Fim da Lei de Imprensa, estava prestes a começar.
Com a revogação da Lei de Imprensa, milhares de ações contra jornalistas ficaram a mercê de julgamentos feitos utilizando paralelismos das leis existentes. Há também um vácuo deixado sobre a questão do Direito de Resposta a quem se sinta prejudicado em noticiário. Detalhado na extinta Lei de Imprensa, é apenas mencionado na Constituição. O exemplo mais famoso de uso do direito de resposta, como detalhado na extinta Lei, é o caso de Leonel Brizola contra Rede Globo:
A mesa foi composta pelo Deputado Federal Celso Russomano, o Desembargador Doutor Laércio Laurelli, os advogados Mauro Nacif, Paulo Cremonesi, Tito Livio Moreira e o jornalista João Luiz Andrade Guimarães. O mediador foi o professor e jornalista Wagner Belmonte.
Cada participante fez uma explanação introdutória sobre o tema em questão. Tal explanação mostrou que as opiniões eram divergentes. Deputado Federal Celso Russomano deu início ao debate. Segundo Russomano, há um vácuo deixado com o fim da Lei. O deputado citou o Direito de Resposta como exemplo e disse que havia projetos para que a lei fosse moldada aos dias de hoje. Desembargador Laércio Laurelli, disse que não há vácuo e que este pode ser dado como desculpa para impunidade. O famoso advogado Criminalista Mauro Nacif citou exemplos de temas polêmicos que não poderiam ser discutidos com a Lei de Imprensa em voga e que hoje são. Nacif disse ainda que a extinta lei “é um lixo da época da ditadura”. Paulo Cremonesi compactua com a opinião de Russomano, para o advogado há um vácuo claro com o fim da Lei de Imprensa.
O evento seguiu e outros assuntos foram abordados, entre eles, a legalização da maconha, os abusos dos meios de comunicação e o terceiro mandato de Lula. O Fórum teve parte transmitida ao vivo pela TV Unisa e foi integralmente transmitido via Twitter, inclusive, o conteúdo da página foi utilizado para produção deste texto. Confira link abaixo:
segunda-feira, 18 de maio de 2009
FÓRUM DE JORNALISMO NA UNISA
“Fim da Lei de Imprensa: Perspectivas para o jornalismo brasileiro” é tema de Fórum na Unisa
Primeiro Fórum de Jornalismo da Unisa reúne desembargador e deputado federal e, entre outros convidados, traz o advogado Mauro Nacif, que defendeu a estudante Suzane Von Richthofen, ré confessa de envolvimento no assassinato dos pais dela em 2002. Na pauta, a responsabilidade profissional de mídia com a revogação da Lei de Imprensa, pelo Supremo Tribunal Federal no mês passado
EVENTO SERÁ TRANSMITIDO NO CANAL UNIVERSITÁRIO (TV UNISA) A PARTIR DAS 20H30, AO VIVO, COM POSSIBILIDADE DE INTERAÇÃO DOS TELESPECTADORES
A Unisa realizará na próxima segunda-feira, 18 de maio, às 18h40, o Primeiro Fórum de Jornalismo da instituição no qual será debatido o fim da Lei de Imprensa e as perspectivas e os desafios que se abrem para o exercício da profissão.
A mesa de debates será composta pelo desembargador Laércio Laurelli, pelo deputado federal Celso Russomano, pelos advogados Paulo Cremonesi e Mauro Nacif e pelo jornalista João Luiz de Andrade Guimarães, com mediação do professor Wagner Belmonte e coordenação geral do professor Anderson Gurgel .
O evento, que ocorrerá no auditório do Campus II da Unisa, localizado na Rua Isabel Schmidt – número 349, em Santo Amaro , terá parte da sua programação transmitida ao vivo na TV Unisa (Canal Universitário (NET 11 / TVA 71), a partir das 20h30, com possibilidade de os telespectadores de toda a Grande São Paulo interagir com os participantes fazendo perguntas e enviando dúvidas.
A abertura do Fórum de Jornalismo, ainda, contará com a participação de representantes da Revista Brasileiros que inaugurarão no Campus II da Unisa a exposição “Protagonistas do Brasil”, composta com mais de trinta telas mesclando fotojornalismo e trechos de algumas das principais reportagens dessa revista e que ajudam a conhecer um pouco dos perfis de brasileiros das mais variadas realidades. A exposição ficará aberta ao público das 18h às 22h na sala de eventos localizada próxima à entrada da lanchonete e poderá ser visitada gratuitamente entre os dias 18 e 21 de maio. No local, ainda haverá sorteio de assinaturas e distribuição de exemplares aos estudantes e visitantes.
Breve perfil dos participantes:
Desembargador Doutor Laércio Laurelli, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Iniciou sua carreira jurídica em 1971, destacando-se como assistente do Ministério Público no Tribunal do Júri. Especializou-se em Direito Penal pela Escola Paulista da Magistratura. Em março de 2005 foi nomeado para presidir a Sétima Câmara Auxiliar – Seção Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atualmente é professor de pós-graduação da Faculdade Presbiteriana Mackenzie e do IPEC
Dr. Mauro Otávio Nacif é Advogado criminalista formado pela Faculdade Mackenzie, em 1969, Dr. Mauro foi eleito “O Advogado Criminalista do Ano”. Compõe sua carreira profissional com aproximadamente 800 júris realizados, e 500 sustentações orais produzidas em Tribunais Superiores Brasileiros. Autor de inúmeros artigos e estudos jurídicos na área criminal. Entre os casos célebres defendidos por ele, está o caso Suzane Richthofen.
Deputado Federal Celso Ubirajara Russomano Trabalhou no SBT como repórter do “AQUI AGORA”. Na Record, atuou no “CIDADE ALERTA”. Deputado federal no quarto mandato, ele apresenta atualmente o Programa Celso Russomanno na Rede Brasil, canal 59 UHF São Paulo. É responsável por diversas colunas sobre Defesa do Consumidor em vários jornais e revistas do país.
Dr. Paulo Cremonesi é Advogado, Jornalista, diretor da Escola de Advocacia Criminal (Acrimesp), Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Acrimesp, Membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP. Foi Secretário Nacional de Direito Econômico. Coordenou a ação Governamental de defesa do Plano Real. Chefiou a Força Tarefa de combate a fraude e adulteração de combustíveis.
João Luiz de Andrade Guimarães é diretor da Ricardo Xavier Recursos Humanos. Como jornalista, atuou durante mais de 30 anos no jornal O Estado de S. Paulo, onde exerceu, entre outras, a função de Secretário-editorial-gráfico no auge da ditadura militar, tendo vivido o período de censura da Lei de Imprensa de perto. É também formado em administração de empresas.
AGENDA:
Primeiro Fórum de Jornalismo da Unisa
“Fim da Lei de Imprensa: Perspectivas para o Jornalismo”.
Dia 18 de maio, das 18h40 às 22h40
Unisa – Universidade de Santo Amaro – Campus II
Rua Izabel Schmidt, 349 – Santo Amaro
Mais informações: Tel. 2141-8924
Contato da coordenação do curso (A/C Anderson Gurgel ): agurgel@unisa.br
Programa-debate sobre o fim da Lei de Imprensa e o papel do Jornalismo – TV Unisa (CNU – Net 11 / TVA 71): dia 18, às 20h30, ao vivo.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Gripe Suína
Gripe suína: entenda como a epidemia começou
27 de abril de 2009
Depois de amedrontar os mexicanos e americanos, a gripe suína ameaça se alastrar pelo mundo, num devastador efeito dominó, e já deixa em alerta autoridades sanitárias de vários outros países. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que existe risco de uma nova pandemia mundial. Entenda o que é a doença e como ela surgiu.
1. O que é a gripe suína?
Uma doença respiratória que começa em criadores de porcos, um vírus gripal do tipo A que pode se propagar rapidamente. A transmissão começa, em geral, por meio de pessoas que estejam em contato com esses animais. A epidemia teve início no México, o país mais atingido.
2. Quais os sintomas?
Os sintomas da gripe suína são similares ao da gripe comum, porém mais agudos. Segundo o Ministério da Saúde, é comum o paciente apresentar febre acima de 39 graus, acompanhada de problemas como tosse e dores de cabeça, nos músculos e nas articulações.
3. Qual é o agente causador da doença?
O vírus influenza. Assim como no ser humano, os vírus da gripe sofrem mutação contínua no porco, um animal que possui, nas vias respiratórias, receptores sensíveis aos vírus da influenza suínos, humanos e aviários. Os porcos tornam-se, então, como que tubos de ensaio, que combinam e favorecem o aparecimento de novos tipos de vírus. Esses vírus híbridos podem provocar o aparecimento de um novo tipo de gripe, tão agressivo como o da gripe aviária e tão transmissível como o da gripe humana. Ainda desconhecido do sistema imunológico humano, esse vírus poderia desencadear uma pandemia de gripe.
4. Quais são as formas de contágio?
A gripe de origem suína não é contraída pela ingestão de carne de porco, mas por via aérea, de pessoa para pessoa, como recordou neste sábado em Paris o Ministério da Agricultura. Isso porque, de acordo com os Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), a temperatura de cozimento (71º Celsius) destrói os vírus e as bactérias presentes na carne de gado suíno. Preocupados com a transmissão pelo ar, alguns mexicanos estão usando máscaras cirúrgicas e evitando o contato muito próximo com outras pessoas.
5. A doença gripe suína tem cura?
Drogas antivirais podem ser usadas no tratamento e na prevenção do mal. Sua atuação consiste em impedir que o vírus da gripe suína se reproduza dentro do corpo humano. A eficácia do tratamento será maior se ele for iniciado até dois dias após os primeiros sintomas.
6. Existe vacina contra o mal?
Só para porcos. Não para o ser humano. Segundo as autoridades mexicanas, que citam a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina existente para humanos é para um tipo anterior do vírus, contra o qual não é tão eficaz. Mas "a produção de vacina pode tornar-se possível na medida em que o vírus tenha sido identificado". O Tamiflu, o medicamento que contéme oseltamivir, utilizado contra a gripe aviária, é eficaz, diz a OMS. A vacina contra a gripe estacionária humana não protege contra a gripe suína.
7. O que a OMS diz a respeito?
A OMS está em estado de alerta, "porque há casos humanos associados a um vírus de gripe animal, mas também pela extensão geográfica dos diferentes focos, assim como pela idade não habitual dos grupos afetados", segundo a entidade afirma em comunicado oficial. A OMS elevou o atual nível de alerta de pandemia de 3 para 4 (o que ainda não caracteriza a existência de pandemia). A escala vai de 1 (baixo risco de casos humanos) a 6 (transmissão sustentável e eficiente entre humanos).
8. A internet oferece fontes seguras de informação sobre o assunto?
Sim. Os sites da OMS (em inglês, com opções de espanhol e francês), da Organização Panamericana de Saúde (Opas, em inglês e espanhol) e dos Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês, idioma do site).
Fonte
Entenda como a gripe suína se espalha entre humanos
Segundo especialistas, vírus não passa facilmente de humano a humano.
Contato com porcos aumenta risco, mas consumo de carne suína é seguro.
Do G1, com informações da Reuters
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) divulgou algumas informações sobre o vírus H1N1, a chamada gripe suína , que está causando preocupação mundial após casos confirmados em México, EUA, Canadá e Espanha.
A análise do vírus sugere que ele tem uma combinação de características das gripes suína, aviária e humana. Essa versão, especificamente, não havia sido descoberta antes pelos cientistas. Mas, felizmente, a conclusão inicial é a de que o vírus se espalha mais facilmente entre os porcos, e o contágio de humano para humano não é tão comum e simples quanto o da gripe comum.
A maioria dos casos ocorre quando pessoas têm contato com porcos infectados ou objetos contaminados circulando entre pessoas e porcos. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 71 graus Celsius mata o vírus da gripe suína, assim como outros vírus e bactérias.
Os sintomas da gripe suína em humanos são similares àqueles da gripe convencional -- febre repentina, tosse, dores musculares e cansaço extremo. Esse novo surto, aparentemente, também causa mais diarreia e vômitos que a gripe convencional.
Vacinas estão disponíveis aos porcos para a prevenção da gripe suína. Não há vacina para humanos, embora o CDC esteja formulando uma. A vacina contra a gripe convencional pode ajudar a prover proteção parcial contra o vírus suíno H3N2, mas não contra o H1N1, como o que está circulando agora.
Reservatório e misturador
Os porcos têm uma constituição que os permite serem infectados por gripes humanas ou aviárias. Quando um vírus da gripe de diferentes espécies infecta porcos, eles podem se misturar dentro do animal e novos vírus mutantes podem ser criados -- como a cepa do H1N1 vista agora.
Esse vírus pode ser retransmitido dos porcos de volta para os humanos, que até podem se contaminar entre si, mas num processo bem mais difícil do que em uma gripe convencional.
Fonte
sábado, 25 de abril de 2009
Entre os Muros da Escola - O Filme
(Foto: Divulgação)
Terça fui ao show do Bocelli, cheguei às imediações do Parque da Independência e percebi que a coisa não andava bem. Aproximadamente 25 mil pessoas se acotovelando para ver o cantor. Eu, que detesto uma muvuca, corri dali e rumei pra Augusta, fui pegar um cineminha, a sessão das 16:30 me interessava muito, com o guia debaixo do braço, corri para chegar na hora, cheguei às 16:31 mas já não haviam mais ingressos para tal sessão. Pensei comigo, que filme mais disputado, deve ser bom. Eu costumo ir ao cinema sem ler sinopse, adoro. Você vai cru, sem julgamentos de terceiros e digere a obra sem acompanhamentos, é gostoso demais, eu recomendo. Pois bem, comprei um ingresso para a sessão das 19:00 e fui para uma LAN House gastar meu tempo, como qualquer pessoa faria (ahuahuahu). Cheguei na Lan e fui ao MSN onde fui indagado por meia dúzia de chatos o porquê de ir ao cinema sozinho. Pô, é hábito antigo e que aprecio bastante. Wathever, foram se as horas e o relógio bateu às 19:00, fui ao cine, mas antes troquei uma ideia muito da bacana com uma militante do PCO (Partido da Causa Operária) que estava vendendo o semanal deles na frente do cinema. Uma menina simpática... Comunista, simpática, gordinha, hum... Bem, voltando ao filme escolhido, o nome era "Entre os Muros da Escola" e eu sabia apenas que fora baseado em um livro homônimo.
O filme conta a história de um professor de Francês que tenta lecionar aos alunos da periferia do país. Todos com idade entre 13 e 16 anos, são o retrato dos jovens de hoje. Insolentes, mal-educados e sem esperanças para o futuro. Pelo lado francês de abordagem, percebemos o quão atual é o filme, demonstrando toda diversidade étnica daquele país, na sala de aula há até um aluno chinês. O filme é realista ao máximo, em certos momentos ele te prega peças e você começa a xingar os alunos sem ao menos tentar entender o contexto sócio-político do problema. O professor é heroico Ser professor, definitivamente é complicadíssimo.
Um dia espero poder ver, sobre o mesmo ponto de vista, o interior dos muros da nossa escola, da escola brasileira, da escola periférica brasileira. Seria um "Entre os Muros da Escola 2 - Agora no Inferno."
obs.: O realismo talvez tenha explicação concreta, o autor do Livro, François Bégaudeau, interpreta a si mesmo na película.
É um tesão ver filmes sem ler nada antes, eu nem sabia sobre o que tratava o filme.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Vou Cobrar Royalties de Clóvis Rossi!
Meu Twitter Ontem
Coluna de Clóvis de hoje:
CLÓVIS ROSSI
Até tu, Gabeira?
SÃO PAULO - Sou um admirador de Fernando Gabeira desde muito antes de seu envolvimento com a política partidária. É um extraordinário repórter, escreve muitíssimo bem -e quem, como eu, vive há 45 anos de fazer reportagens e escrever (não tão bem quanto ele), só pode admirar os mestres. Na política, ele manteve alta a cota de admiração, pelo que diz, pelo que faz, pelas teses que levanta, pela combinação de sensatez e firmeza com que as defende.
Por tudo isso, imaginei que ao menos ele não se deixaria levar pela onda de abusos que toma conta do Congresso Nacional.
Os mais condescendentes dirão que o pecado de Gabeira (usar passagens da Câmara para parentes) é menor. Dirão também que ele admite o que chama de "erro".
De acordo, é melhor do que a absoluta e indigna cara-de-pau que vestem todos os demais pilhados em algum tipo de irregularidade, em geral bem mais gorda.
O triste no caso Gabeira é o que revela da, digamos, cultura da Casa. Os congressistas habituaram-se, primeiro, com privilégios de corte, que não fazem o menor sentido.
Depois, como decorrência do anterior, habituaram-se a abusar até dos privilégios.
Já escrevi aqui que o que os mortais comuns consideramos absurdo, obsceno, cínico, revoltante, os congressistas consideram normal -e, pior, espantam-se ou se revoltam com o espanto e a revolta de massa de nós outros.
Não creio que Gabeira tenha usado indevidamente passagens para parentes por má-fé. Errou porque está inserido em uma cultura podre. É preciso estar muito alerta para não cair em erro.
Agora, anuncia a renúncia à política se não conseguir derrubar alguns dos privilégios dos congressistas. Uma colossal maioria de brasileiros já renunciou à política faz tempo. Não resolve nada, mas que dá vontade, dá.
crossi@uol.com.br
Brincadeiras à parte, o próprio Painel do Leitor da Folha de hoje estava repleto de manifestações que seguem a mesma essência de nosso comentário. Realmente Gabeira, por essa eu não esperava.
domingo, 19 de abril de 2009
Dilma, Tucanos, Lulistas, etc...
A oposição já tratou de se mexer, a Folha publicou uma matéria bem estranha num tom irresponsável sobre a VAR-Palmares, matéria que foi contestada pela esquerda de ontem e de hoje. A deturpação desta matéria já tá rolando pelos e-mails num tom bem tucano. As fotos de Dilma na matéria foram copiadas e criaram um textinho bem chinfrim sobre a candidata e sua "guerrilha".
Meu voto é de Dilma? Não. O problema todo é a deturpação da Dilma de outrora, uma pessoa que lutou por nossa liberdade, militante sim, guerrilheira não. Se hoje ela faz parte da panela que cuida de nossos interesses no governo (nossos?), bem, quem não faz? Lula e José Dirceu estão por lá. Por Deus, até o Gabeira está lá. Arrisquemos um candidato da extrema esquerda em 2010, é o que faço todo ano, mas nunca vejo meu escolhido vencer.
sábado, 18 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Morre o MC Zóio di Gato - Funk - O Mal Invisível
Eu resolvi sair, fui pra uma balada aqui da Zona Sul chamada Maria Mariah. Já tinha ido outras vezes. No Maria Mariah a ordem é não ter ordem, promiscuidade ao extremo. Sexo na pista? Se estiver bem escuro, rola!
Era noite de pancadão, funkeiros e mais funkeiros, eu, claro, não conhecia nenhum. Mas um jovem Mc me chamou a atenção, um garoto com olhar avoado e corpo desnutrido, dançava de maneira curiosa, como se estivesse com o baseado mais forte na cuca, olhava as luzes da parte de cima do palco como se fossem cometas estáticos. Atendia pelo vulgo de Mc Zóio di Gato. Cantava feito uma garça esganiçada. Mas o que mais chamava a atenção, era que aquele garoto de 15/16 anos cantava o crime. Não, ele não denunciava o crime, os males da vida marginal, não. Ele cantava o crime, com alegria, com orgulho, com amor. O garoto cantava sobre quem vive sob a dura batuta do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Era um problema social sobre o palco. Aos gritos, o público cantava cada sílaba desferida por Mc Zoi di Gato como se entendessem o que estavam cantando. Não, eles não sabem o que cantam. Era um problema social na pista. Alienação total, a massa confusa e marginalizada pela própria ignorância dançava e cantava os versos de culto à temida facção criminosa. O show do Mc Zói di Gato chegou ao fim e eu pensava comigo: Essa pessoa não chegará aos 20. Não chegou.
Na madrugada do dia 09/04 o automóvel em que estava Mc Zói di Gato, uma amiga e dois amigos, se acidentou, levando a vida de um jovem... Talentoso? Não. O talento dessa criança se resumia a versos terminados por "ão" ou "ar", cantados sobre batidas tocadas em loops infinitos. Não há talento nisso. Aliás, só chamo a atenção para seu falecimento, pois acho importantíssimo não fecharmos os olhos para esse problema. A classe média não pode passar a mão na cabeça da classe funkeira, como fez a Trip em matéria em que cita Mc Zóio de Gato como destaque da cena funk. Destaque? Destaco o mal que Gato causava em seus fãs, pregando a alienação, mesmo sem saber. A ignorância besuntada de glamour é muito mais perigosa. Era o que acontecia nos shows desse moço. Eu sei, pois presenciei uma de suas apresentações mais fervorosas em sua curta história na cena funk.
[autor desconhecido]
FERNANDO DE BARROS E SILVA
O saldão começou cedo. Servidores que recebem hora extra durante o recesso parlamentar; parlamentares que esquentam despesas inexistentes com notas das próprias empresas; diretores que procriam como coelhos pelo Senado (são 38? 181?); parlamentares "éticos" que pagam suas domésticas com verba pública; contas telefônicas de R$ 6 mil mensais, em média; um festival de livros autopromocionais impressos com o dinheiro do contribuinte na gráfica do Senado.
Funcionários fantasmas, nepotismo, compadrios -são pequenas peças a compor o figurino do patrimonialismo e o guarda-roupa da corrupção. A coleção de abusos tem a grife do PMDB, mas é confeccionada por todos os partidos. O tricô corporativo dispensa ideologia.
Fernando Collor, um velho estilista da modernidade de antigamente, tido como cafona e ultrapassado, voltou à cena fashion de Brasília. Agora divide o palco com o jaquetão de José Sarney e não chega a roubar o brilho de estrelas em ascensão no cerrado, como Gim Argelo. São todos gratos pelos serviços de alfaiataria de Renan Calheiros.
Falta à temporada de maracutaias prêt-à-porter, é verdade, o glamour de outros escândalos, como o do mensalão, que revelou ao país os segredos da alta costura do PT. Ou o dos sanguessugas, que fez sucesso no varejo do baixo clero, para não lembrar dos Anões do Orçamento, roubança de corte mais tradicional.
Nossos artistas parecem incomodados com a "perseguição" da imprensa. É preciso preservar a instituição, alertam, como se o clichê retórico pudesse legitimar ou redimir a cultura interna do descalabro.
A preocupação que eles revelam com a democracia é menos autêntica do que o sorriso da modelo diante dos flashes na passarela.
Publicado hoje na Folha de São Paulo. Gênio.