quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Helicóptero

Elliott Wilde, 24, estudante, natural da Bahia. Vive em São Paulo. Rapaz melancólico, de beleza rara e gostos duvidosos. Elliott chorou ontem durante a exibição do Profissão Repórter. Um pensamento de descrença percorreu-lhe a mente. Durante a matéria sobre um casal que fazia um vôo romântico sobre São Paulo, o baiano reparou suas contas acumulando na mesa do computador. Eram dezenas de códigos de barra que confundiam a mente do jovem. Este fazia uma correlação com as celas de uma cadeia e os medonhos códigos. Elliott que há muito não sabe o que é ter dinheiro no bolso, olhou-se no espelho e gritou: - Malditos românticos!

Para Elliott a vida do casal era fútil a ponto do baiano desejar uma péssima noite de sexo. Elliott nutriu em seu âmago uma inveja tamanha que desejou a impotência do macho da matéria. O estudante desejou que a noite do casal fosse um fracasso. Se o sexo fosse ruim, todo o resto de nada valeria.

Elliott dormiu. Pela manhã, pegou suas contas e as queimou. Tudo feito em frente ao espelho. Elliott estava nu. Com lágrimas nos olhos, tomou o primeiro vidro de pílulas que encontrou na cozinha. Deitou-se esperando o pior. Elliott foi ao banheiro e por lá ficou o resto da tarde. Cegado pela inveja, Elliott tomara laxante que sua irmã acabara de comprar.

Elliott não morreu, mas continua chorando. O motivo agora é a dor física.

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