terça-feira, 11 de outubro de 2011

A VERDADE SOBRE RAFINHA BASTOS

Não vou falar sobre Rafinha Bastos. Rafinha Bastos, aqui, assim, perdido, é só um chamariz. Porque eu acredito em coisas legais e quero compartilhá-las com vocês.

É fácil definir coisas legais: uma vez vi um senhor dando um tapa na nuca de uma criança porque ela estava sentada no carro (parado) de uma outra pessoa, brincando no volante. Isso não é legal. Ontem vi uma cega e surda, encostar as mãos no rosto de um repórter e descobrir o que ele dizia por meio dos movimentos. Isso é legal.

Coisas legais que fazem sorrir são uma dádiva. Sorrir é muito bom. Muito gostoso. Não há nada melhor. Eu conheço duas pessoas que são profissionais do riso. Uma delas consegue ficar duas horas falando sem me cansar e me fazendo sorrir. Sorrio gostoso, como se nada mais existisse. O nome dele é João Cláudio Moreno, ele é um comediante do Piauí, conhecido por um personagem aí.

O outro morreu hoje. O nome dele era José Vasconcellos. Ele tinha tantas histórias engraçadas. Uma delas envolvia um coronel, um taxista e LUBRAX 4. Só ouvindo para saber o quão gostoso é sorrir, sem peso na consciência. Apenas sorrir. Como uma ereção involuntária quando estamos na igreja. Aquela coisa sem explicação.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O BEIJO DA MORTE


Foto do adolescente

Na madrugada do último domingo, um adolescente se envolveu num acidente automobilístico porque perdeu o controle do carro após beijar a namorada. Aconteceu em Vespasiano, município de Minas Gerais. Penso que, tirando o fato dele ser adolescente e dirigir um automóvel, este acontecimento possui outras mensagens intrínsecas.

Quando jovem, eu nunca beijei ninguém enquanto dirigia. Eu tinha muito medo de dirigir, aprendi depois, já crescido. O garoto da notícia não teve medo de amar, mesmo pilotando seu carango pelas ruas da cidade. É muito triste o óbvio: o garoto não treinou beijar e dirigir simultaneamente. A falta de sagacidade da juventude me envergonha.


Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2011/10/09/interna_gerais,255015/adolescente-que-dirigia-van-perdeu-controle-do-veiculo-ao-beijar-namorada.shtml

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

SOBRE JESUS CRISTO, METRÔ E JAPINHAS

Paz

O metrô é o melhor lugar de São Paulo. Hoje eu estava quietinho no meu canto, como de costume, quando observei uma japinha, dessas japinhas que descem na estação Liberdade, mexendo com um troço (descobri depois que o troço é um tear de pregos).


Nada demais até aí, o interessante foi depois. Passado umas duas estações, entrou no metrô uma tia japinha, tia japinha dessas que descem na estação Liberdade, e começou a observar a outra japinha mexendo no troço. De repente apareceu outra japinha, dessas que descem na estação Liberdade, um pouco mais magra, porém, ainda japinha. Também ficou observando a outra mexer no troço. Não deu outra, começaram a conversar, sorrir e emanar uma paz que só os japoneses conseguem.

Achei lindo.

O tear de pregos é o objeto da união mundial, pena que ainda não percebemos.

Jesu Cristo, Salvador

Depois apareceu uma espécie de astronauta, porém, não era astronauta, era um cristão. E adivinhem? Um japinha, sim. Um japinha cristão cantando e gritando sobre as benfeitorias do senhor Jesus Cristo.

Ela não gostou muito


Achei incrível. Fotografei o momento e foi uma pena não ter tido a coragem de conversar com o japinha cristão

Não sei o que é melhor em São Paulo: os japinhas ou o metrô?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

HÁ MUITO NÃO ME CHAMAM DE MACACO

De tempos em tempos surge algo novo. Uma revolução, alguma coisa que sacode a cabeça dos jovens. Antigamente, o pessoal ficava vidrado no lançamento de um vídeo-game novo ou de um sistema operacional revolucionário. Hoje em dia tá difícil, tá tudo muito aguado, daí não tem muita graça. As coisas vão e vem com muita rapidez.

Antigamente, eu podia passar horas jogando bola na rua que ninguém ia me atazanar. Hoje em dia não dá, tem muito carro. Coisa mais boba é carro, né? Porque tem metrô e ônibus, então, por que a gente usa carro? Por quê? Sei lá, acho que é egoísmo nosso esse negócio de carro. Coisa brega.

Quando eu era menorzinho, eu gostava do cheiro dos carros. Qualquer carro tinha um cheiro bom, cheiro de... Carro mesmo. Coisa linda era sentir cheiro de carro. Hoje não dá mais pra sentir cheiro de carro porque eu tenho muito pêlo no nariz, isso tá dificultando meu olfato.

Coisa mais chata é pêlo, pêlo no nariz é uma coisa muito inútil, acumula sujeira, é difícil de tirar. Especialistas dizem que é pra proteger a gente. Coisa mais chata proteção.

Camisinha é muito chato, por exemplo. O cinto de segurança salva sua vida, mas quebra teu ombro com o tranco. E aquela porta giratória do banco? Nossa, ela te protege dos assaltos, mas oferece um pacote completo de desonra. Ficar sem fumar, então... Nem se fala. Tudo porque o cigarro faz mal.

Coisa mais chata fazer mal.

Antigamente, o povo no prézinho me zoava porque eu era negro. Os xingamentos iam de “macaco” a insultos direcionados a minha progenitora, só pelo fato dela ter a pele negra. Era meio triste. Aquela galera toda cresceu. A galera do prézinho. Alguns morreram, outros foram fazer stand-up.