terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Matilha

Marcelo seguia Rosana que seguia Aloísio
Que seguia Rafael que seguia Danilo que seguia Xuxa
que não seguia ninguém.
Marcelo foi para os Estados Unidos, Rosana para o convento,
Aloísio morreu de desastre, Rafael ficou pra tia,
Danilo suicidou-se e Xuxa casou com L. Szafir
que já tinha entrado na... Xuxa.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Helicóptero

Elliott Wilde, 24, estudante, natural da Bahia. Vive em São Paulo. Rapaz melancólico, de beleza rara e gostos duvidosos. Elliott chorou ontem durante a exibição do Profissão Repórter. Um pensamento de descrença percorreu-lhe a mente. Durante a matéria sobre um casal que fazia um vôo romântico sobre São Paulo, o baiano reparou suas contas acumulando na mesa do computador. Eram dezenas de códigos de barra que confundiam a mente do jovem. Este fazia uma correlação com as celas de uma cadeia e os medonhos códigos. Elliott que há muito não sabe o que é ter dinheiro no bolso, olhou-se no espelho e gritou: - Malditos românticos!

Para Elliott a vida do casal era fútil a ponto do baiano desejar uma péssima noite de sexo. Elliott nutriu em seu âmago uma inveja tamanha que desejou a impotência do macho da matéria. O estudante desejou que a noite do casal fosse um fracasso. Se o sexo fosse ruim, todo o resto de nada valeria.

Elliott dormiu. Pela manhã, pegou suas contas e as queimou. Tudo feito em frente ao espelho. Elliott estava nu. Com lágrimas nos olhos, tomou o primeiro vidro de pílulas que encontrou na cozinha. Deitou-se esperando o pior. Elliott foi ao banheiro e por lá ficou o resto da tarde. Cegado pela inveja, Elliott tomara laxante que sua irmã acabara de comprar.

Elliott não morreu, mas continua chorando. O motivo agora é a dor física.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Estou Baiano!!!


A Bahia mora agora em meu coração. Sem demagogia, todo o resto do país é feio.



Minha viagem começou no Aeroporto Internacional com aquele nome bisonho que não cito. Logo de cara, eu e alguns amigos tomamos uma cerveja numa lanchonete típica baiana, comemos um salgado que até agora não identifiquei. Avisado pela balconista por diversas vezes que a única cerveja disponível era a temível Bavaria. A garota me avisou três vezes antes de servir. “Só tem Bavaria”. Repetiu de tal forma que deu medo. Mas bebi. Bebi e minha maratona com o álcool baiano começara ali. Pegamos um ônibus típico, digo isso pois demorou duas horas pra chegar. Na Bahia tudo demora mais, fato! Não é perseguição nem bairrismo bobo de paulista afetado. É fato! Na Bahia, tudo demora mais. Mas deixe estar. O visual que se tem andando de ônibus na Bahia recompensa qualquer espera. O mar se mostra todo, como um bom baiano. Entre meus companheiros de viagem a babação era total.



Chegamos no Apê depois de passarmos alguns minutos no Shopping Barra. Adorei o Shopping, mais arrumadinho que muitos daqui de Sampa. Tomei meu banho gelado. Sim, pelos lados soteropolitanos só tomei banho frio, o calor é imenso na terra do Axé. Eu e mais dois “trutas” rumamos para a praia.



Todos que foram à praia na primeira noite eram paulistanos. Era coisa típica de “mano” que só vê o mar de quando em quando. Água gelada e medo das pedras impediram um mergulho mais profundo deste que vos escreve. Voltamos observando sempre a paisagem que até na calada se mostra bela. O Farol da Barra alumiando tudo e todos. É lindo, simples assim.



De volta ao apê (quase a beira-mar), pegamos a viola e depois de um banho voltamos pra praia. Agora foi a galera toda, bebemos mais e fomos cochilar. Na Bahia não se dorme, se cochila, pelo menos esta foi minha sina. Não completei sequer uma noite de sono naquelas bandas. Salvador tem sua própria energia, quem pisa em terras baianas não sente sono, só vontade de beber e ser feliz. No dia seguinte, o plano era visitar os pontos históricos, assim o fizemos.



A primeira parada foi o elevador Lacerda. Dali você vai à qualquer lado da Bahia famosa. Pelo simbólico valor de cinco centavos, subimos e tiramos fotos. Ganhamos fitinhas típicas do Senhor do Bonfim. O povo baiano é hospitaleiro, às vezes até demais. Fomos ao Mercado Modelo e passamos pelo seu subsolo. Lugar onde era feito o comércio de escravos. Muitos morriam por ali quando a maré subia. Um lugar sombrio onde o presente encontra o passado. Uma parte trágica de nossa história conservada para que futuras gerações entendam que houve algo pior que a ditadura militar: a escravidão.



Era hora de provar a cachaça mais famosa do Pelourinho: o Cravinho. Tomei duas doses. Achei maravilhoso, me deixou ligado. Dali fomos ao Pelô Clássico, um dia para visitar tudo é pouco. Tomei uma cerveja no bar do Neuzão que serviu de cenário para o filme e a mini-série “Ó Paí Ó”. Passamos por todos os pontos turísticos, lembrei do Michael. O visual do Pelô é lindo e mais uma vez pensava na diferença de Sampa pra Bahia. É gritante! Sampa é feio, fedido, perigoso. A Bahia é linda, fedida e perigosa. Pensando bem não é tão diferente.



A noite dava o ar da graça, voltamos e nos preparamos para algo. Não estava nada decidido ainda. A anfitriã, a linda Carla Andréa, sugeriu o tal do bairro “Rio Vermelho”. Fomos e bebemos mais e mais. Antes do porre, é claro, não poderia faltar a degustação do famoso Acarajé da Dinha. Uma delícia, demorei mais ou menos uma hora pra comer tudo, mas valeu a pena. Entre os papos, várias piadinhas, rimos até doer o rosto, mas isso são detalhes que só conto pra quem perguntar.



O dia seguinte era o dia da praia. Ah... a praia. Eu amo o mar, é revigorante. O mar baiano nem de longe lembra as praias do litoral paulista. Dá pra ver o fundo e não vi nenhum torosso nadador por perto. A cerveja é barata. Aliás, faço aqui um baita elogio ao povo baiano. Tudo é muito barato por lá, desde a cerveja até as lembrancinhas. Amei isso. Demos a volta no Farol, ainda não tínhamos feito isso.



A última noite em Salvador foi regada a muita cerveja, pão integral sem nada e caipirinha. Respiramos o ar puro na varanda do Apê madrugada a dentro. No dia seguinte, a melancólica despedida e uma sensação de que São Paulo é muito chato!


terça-feira, 1 de setembro de 2009

O Tietê


Qual a semelhança entre o Jornalismo e o Rio Tietê? Ambos são sujos, piores na capital, mas todos eles possuem algo puro. O fétido rio tem em sua fonte uma água límpida e pura. O jornalismo também. É na universidade que estamos virgens. Livres das mazelas de nossa profissão. Salvo alguns estudantes que já chegam contaminados ao meio acadêmico.

Uma questão aflige o jornalista contemporâneo: Trabalhar para o cidadão ou para si mesmo? Quando digo "si mesmo" me refiro também aos grandes grupos de comunicação. Cada dia mais os maiores são os piores. O filtro para encontrarmos algo que valha a pena nos jornais, revistas, televisão e internet é cada dia mais requisitado por este ser errante que vos escreve. Eu tenho meus preconceitos, meus valores e também uma bronca pela coluna em laranja da GLOBO.COM.

O jornalismo superficial cresce. A Record (a tv) discute o caso de uma professora que dançou funk, parou no Youtube e perdeu o emprego há pelo menos uma semana. Não aconteceu nada mais importante para a população nesse meio tempo? Claro que sim, óbvio que sim, mas enquanto tal professorinha der audiência, esta seguirá no ar, pomposa e alimentada por perguntas fúteis de apresentadores que ganham mais do que eu e você.

Antes de me criticar, não, não assisto aos tais programas que critico. Talvez até devesse, mas sei que são desnecessários, pois já assisti programas parecidos durante um tempo inútil de minha vida. Hoje, ouço o som vindo da TV de meus pais e o que sei do acontecimento foi ouvindo o tal Geraldo comentando.

Nesse cenário o jornalista que busca ser objetivo e trabalhar para a sociedade não possui espaço. Acaba passando fome ou coisa pior: aceita cargo de certo Presidente do Senado bigodudo para trabalhar noticiando a favor do patrão. O jornalista ruim é produto do meio em que vive? Talvez. Acredito que se você for bom e acreditar num jornalismo que cumpra sua função perante a sociedade, mesmo ganhando menos, seu caráter permanecerá puro.