quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Porre

No meu primeiro dia de estágio uma garotinha que gosto foi até a faculdade beber comigo. Eu, duro como sempre, pedi que ela pagasse uma cachaça, daí conversávamos e ela sempre em tom de ironia: - Seu copo tá vazio Léo, quer mais uma dose?

Eu bobo desse jeito, aceitava, tava tudo muito engraçado, tudo muito legal mas eu ainda teria as duas últimas aulas. Pois bem, nessa brincadeirinha eu tomei 6 doses de velho barreiro bem caprichadinhas. Claro, na hora você se sente um pouco mais alegre mas só sente o baque depois, o problema foi na classe.

Eu cheguei e tinha uma roda de discussão sobre um livro que fala muito de ética no jornalismo, entre outras coisas. Daí eu não lembro de mais nada, me contaram que eu interrompia o professor e esbravejava: - Este livro é utópico! Eu quero ganhar dinheiro! Eu quero ganhar dinheiro!!

Bem, levaram-me para o banheiro para lavar o rosto, voltei e caí da cadeira, a sala toda rindo. Eles estão acostumados com minhas palhaçadas, a maioria pensou que eu tava brincando. Até que num certo momento eu tava indo pro banheiro pela 3º vez eu acho. O professor pediu para me levarem pois, apesar da situação engraçada, eu tava atrapalhando a aula e tinha meia dúzia reclamando já. Quando o Rafa ia me levar para o banheiro... vomitei! Pronto, quem tava em dúvida pra saber se eu tava zoando logo se impressionou. Disseram que meu vômito só tinha um odor: cachaça! Me levaram para o banheiro e disseram que eu gritava: - Sartre não viveu pra ver isso! Sartre não viveu pra ver isso! (hein?)

Vomitei mais no banheiro e apaguei. Minhas aulas são no terceiro andar, aí a coisa começou a ficar séria porque a galera queria ir embora e eu, obviamente não tinha condições nem de andar, estava desmaiado sobre meu vômito no banheiro. O pessoal me puxou e carregou até o saguão. Lembrem-se que tinha sido meu primeiro dia de estágio neste mesmo local, auhahuauha. Os seguranças queriam saber quem era o bêbado. Meus colegas com medo que eu me queimasse tentaram me esconder, mas não teve jeito. Queriam chamar a ambulância, mas acabaram ligando pra minha casa. Minha família veio em peso, vomitei no carro e fomos para o hospital. Eu ainda desmaiado e vez ou outra falando alguma besteira. Acordei às 5 da manhã tomando alguma coisa na veia sem saber de PORRA NENHUMA! Olhei ao meu redor com aquele olho de santo e duas tiazinhas sentadas ao lado olhavam pra mim com um sorrisinho sarcástico. Perguntei onde estava, obtive a resposta e comecei a pensar quem tinha me levado até lá e não adiantava, não lembrava nada!

Comecei a pensar no estágio e que eu tinha que estar lá ao 12:00. Murphy é um FDP, o carro do meu pai deu problema na volta pra casa e por isso ninguém ia me buscar no hospital. Às 11 minha irmã aparece e eu já impaciente para ser liberado corro. Ah, eu estava sem celular, carteira ou qualquer outra coisa. Tive que gastar uns R$ 40,00 para chegar a tempo no estágio e fingir que nada tinha acontecido. No fim do dia levei uma advertência verbal do coordenador do curso. Se arrependimento matasse...

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