Ele acordou e os olhos não mentiam, dormira pouco. Olheiras profundas impressionavam-no quando ele fitou seu reflexo magro no espelho da penteadeira. Os pensamentos corrompiam-lhe o sossego e a insônia era massacrante. Jurou que era seu último dia de sofrimento, tomou um bom banho e aproveitou para se masturbar. Saiu da ducha mais triste, por alguns segundos pensou nos espermatozóides no ralo. Vestiu uma daquelas becas de dar inveja ao mendigo, pegou o celular afoito e... nada, nenhuma mensagem, nem o relógio estava certo, ajustou e viu que já estava atrasado. Correu para o portão quando ouviu: - Fred, não esquece o cartão.
Frederico Balbudico pegou o cartão das mãos de sua mãe, ele morava só com a velha, que já não aguentava mais o quarentão no seu pé. Mas ele já tinha decidido, aquele dia seria o último de sofrimento, era tudo ou nada e Frederico jogara a toalha na fatídica madrugada que antecedera àquela modorrenta manhã. Abriu o portão e pegou um ônibus até o centro.
Gastou alguns minutos na Sé amaldiçoando cada mendigo com um olhar de desprezo. Fred não acreditava em mais nada, só no cartão. Dirigiu-se a uma agência da Caixa Econômica que fica próxima da Praça João Mendes. No caminho cuspiu aos pés de uma puta, só para demonstrar seu asco. Aquele povo fazia Fred enojar o ser humano de tal forma que antes de entrar na agência ele vomitou a janta da noite. Entrou, sacou seu cartão, digitou a senha e não havia dinheiro. Fred aceitou.
Saiu da agência e perambulou pelo centro até chegar à Rua dos Andradas, rumou para o número 69. Gastou os últimos R$ 20,00 de sua existência com uma puta que cheirava mal. Fred saiu do famigerado puteiro das Andradas e carregou, com esforço, suas pernas cansadas até o Viaduto Santa Ifigênia. Olhou para ambos os lados, olhou para baixo, para cima, debruçou-se sobre a grade, equilibrou-se com os pés, abriu os braços. O vento rasgava suas lágrimas e percorria-lhe o corpo causando a única sensação de liberdade em anos, Fred deixou seu pútrido cadáver vivo cair e encontrar conforto no capô de um Siena. Frederico foi enterrado como indigente. Ele estava sem carteira.
Frederico Balbudico pegou o cartão das mãos de sua mãe, ele morava só com a velha, que já não aguentava mais o quarentão no seu pé. Mas ele já tinha decidido, aquele dia seria o último de sofrimento, era tudo ou nada e Frederico jogara a toalha na fatídica madrugada que antecedera àquela modorrenta manhã. Abriu o portão e pegou um ônibus até o centro.
Gastou alguns minutos na Sé amaldiçoando cada mendigo com um olhar de desprezo. Fred não acreditava em mais nada, só no cartão. Dirigiu-se a uma agência da Caixa Econômica que fica próxima da Praça João Mendes. No caminho cuspiu aos pés de uma puta, só para demonstrar seu asco. Aquele povo fazia Fred enojar o ser humano de tal forma que antes de entrar na agência ele vomitou a janta da noite. Entrou, sacou seu cartão, digitou a senha e não havia dinheiro. Fred aceitou.
Saiu da agência e perambulou pelo centro até chegar à Rua dos Andradas, rumou para o número 69. Gastou os últimos R$ 20,00 de sua existência com uma puta que cheirava mal. Fred saiu do famigerado puteiro das Andradas e carregou, com esforço, suas pernas cansadas até o Viaduto Santa Ifigênia. Olhou para ambos os lados, olhou para baixo, para cima, debruçou-se sobre a grade, equilibrou-se com os pés, abriu os braços. O vento rasgava suas lágrimas e percorria-lhe o corpo causando a única sensação de liberdade em anos, Fred deixou seu pútrido cadáver vivo cair e encontrar conforto no capô de um Siena. Frederico foi enterrado como indigente. Ele estava sem carteira.
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