A Facamp fechou seu curso de jornalismo e atribuiu a extinção à decisão do Supremo Tribunal Federal que deu fim a exigência do diploma de jornalista para exercer a profissão.
Pela primeira vez em dez anos o curso de jornalismo da USP não obteve mais de dois mil inscritos para concorrer a uma das 60 vagas oferecidas pela Universidade.
Tais acontecimentos devem-se a desregulamentação da profissão e também, como dito anteriormente, o fim da exigência do diploma para exercício da mesma.
Por outro lado o ano foi estimulante para os estudantes de jornalismo. O Pré-Sal em voga, a preconização do armamentismo para a defesa de nossas reservas de petróleo, a escolha do Brasil para sediar as Olimpíadas de 2016, o golpe de estado em Honduras com todos os pormenores que tornaram o Brasil coadjuvante do fato, as reviravoltas no cenário político e ainda teremos as eleições em 2010 e a Copa do Mundo em 2014.
O cenário é benéfico para a profissão, mas a procura por ela não reflete isso. O problema é a descrença no quão benéfico e útil são os ensinamentos do curso. Vemos exemplos, principalmente na TV e na Internet, de que não é preciso muito para exercer nosso trabalho. Aí que mora o erro. Os exemplos são de um jornalismo “feito nas coxas”, sem preceitos básicos ou qualquer compromisso com o cidadão. Mas isso é jornalismo com data de validade. Não dura.
Darei dois exemplos de irresponsabilidade jornalística. O primeiro deles aconteceu há pouco. Horas depois da explosão da loja de fogos de artifício em Santo André um famoso portal deu que o número de mortos chegaria a onze. Daí seguiu-se uma enxurrada de “copiar e colar” e todos foram atrás deste mesmo portal. Eu ouvia a rádio Band News que se manteve lúcida. No fim, a informação estava incorreta e a rádio deu a notícia certa desde o princípio, sem azáfama. Outro exemplo é mais famoso. Entrevista com o PCC no Domingo Legal apresentado à época por Gugu Liberato. Em síntese, o programa exibiu uma matéria em que supostamente eram entrevistados membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Entre os absurdos, os membros da gangue ameaçaram o apresentador José Luís Datena e o Padre Marcelo Rossi. A infame matéria era falsa.
Tais exemplos demonstram que qualquer um realmente pode fazer jornalismo. Mas os exemplos também mostram que se não houver compromisso com o cidadão e com a verdade, o jornalismo é amador e descartável. Aí que entra a universidade. O curso de jornalismo constrói um profissional responsável. Simples assim. Em suma, estudar é imprescindível para o exercício correto da profissão de jornalista. Na universidade ou em casa, a chave para a salvação da profissão é um melhor preparo de seus atuantes.
Se você quiser seguir o exemplo abaixo, siga, mas eu te garanto que antes de completar 30 anos você estará desempregado ou forjando notícias para ganhar vida.
http://www.youtube.com/watch?v=eywqbGRQlls
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