sexta-feira, 5 de junho de 2009

Memorial da Resistência



O Memorial da Resistência, localizado no antigo prédio do Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (DEOPS/SP), nos fornece material histórico de valor incalculável. Material que nos remete à uma época negra de nossa história, os anos de chumbo, a ditadura.

Dividido em quatro partes, o memorial nos mostra em sua Parte A uma descrição de como o prédio foi usado ao longo de todos estes anos. Na Parte B, a tecnologia contemporânea demonstra sua utilidade aos visitantes da exposição. Através de uma tela sensível ao toque, podemos ver descrições detalhadas sobre as torturas, os movimentos de resistência, a repressão, ou seja, os principais temas, além de fotos e documentos digitalizados. Uma linha do tempo, escrita sobre a parede, mostra os principais fatos políticos desde o início da ditadura até os dias de hoje. Na Parte C, a exposição nos brinda com a reprodução de uma cela como era na época. O cheiro e as inscrições na parede foram reproduzidos, emocionando o público. Em outra cela há fones que reproduzem depoimentos de sobreviventes da ditadura. Muitos dos visitantes se emocionam neste local. Em outra cela há exibição de um filme contando a história dos presos da época, de como eles eram classificados em suas fichas de entrada. Termos como “subversivo” e “terrorista” eram constantemente usados pelos militares. Na Parte D, temos reproduções fiéis de prontuários da época. Alguns documentos apreendidos pela polícia são expostos, além de depoimentos em vídeo dos sobreviventes.

Interessante é que podemos ver nos documentos e nas exibições em filme, demonstrações diversas do importante papel da imprensa na época. Jornais da resistência eram impressos aos montes. Os estudantes utilizavam este meio como forma de comunicação e denúncia de abusos. Na imprensa tudo passava pelo crivo da ditadura. A censura era pesada. Assim os estudantes tentavam criar formas de driblar tal obstáculo criando estes pequenos impressos e distribuindo aos outros cidadãos.

Documentos da época, filmes com fotos das passeatas, livros considerados subversivos pelo governo ditatorial, fotos dos presos e dos mortos, músicas da época, etc. Um material que deve ser visto por qualquer cidadão que acredite na democracia e tem vergonha de viver num país que viveu no regime militar por tanto tempo.

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