domingo, 12 de dezembro de 2010

Fim de ano é muito chato


Chegamos à época mais nojenta de 2010 (e de todos os anos anteriores também). A terra vai completar sua volta ao redor do sol e nós, seres humanos, temos a estranha mania de praticarmos ações idiotas nesse período. Além de nós, o planeta se encarrega de promover um mal-estar digno do fim do ano.

Comecemos pelas festas. Sempre tem festa. Festa com gente chorando é ainda pior. E o amigo secreto? Amigo secreto na escola, na faculdade, no trabalho... Aquela falsidade. Que também termina com gente chorando, igual nas festas. E quem chora geralmente é mulher que dá três pulinhos numa onda qualquer achando que vai fazer 2011 melhor dessa forma.

As principais festas são do Natal e do Ano Novo. Ambas são muito chatas. Bêbados se acotovelando para quem comemora mais embriagado o aniversário de Jesus Cristo ou quem entra mais breaco em 2011. É lamentável.

Fora as festas, existe o comportamento. As pessoas ficam mais hipócritas.

- Vou ajudar uma instituição de caridade.

- Vou comprar um presente para uma criança.

- Vou ligar para alguém desejando um feliz ano novo.

Amigo, se você faz isso só nessa época você é um imbecil. Um imbecil de marca maior. A criança que não tem brinquedo nesta época, não tem brinquedo o resto do ano. O mesmo vale para as instituições de caridade. Elas não irão sumir e reaparecer no fim de 2011. E se você quer ajudar gente que vive só, inscreva-se no CVV.

Além disso, há os comentários das pessoas. Geralmente proferidos por todas as tias gordas das famílias brasileiras.

- Gente, já estamos no fim do ano, como passou rápido!

- Aiiiiiiiii, ano que vem vai ser tudo de bom!

- Tenho que ir na 25 comprar os presentes das crianças. Deixei tudo para a última hora, “cê” acredita?

Mas fora as festas maçantes, fora o comportamento hipócrita das pessoas e fora as tias chatas fazendo comentários inúteis, ainda lidamos (pelo menos em terras brasileiras) com um calor INSUPORTÁVEL.

Não é um tempo de calor gostoso, aquele frescor que relaxa. Não amigos, para a grande maioria é tempo de suar feito um filho da puta, trabalhando feito um louco até meados de dezembro. O pior são os combos desse tempo.

Calor insuportável + tia gorda no ônibus comentando das compras de Natal + gente pedindo caixinha de natal + você reclamando que o ano passou rápido.

Amigos, final de ano é uma merda. Eis uma verdade absoluta.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

FRACASSADO

São dois anos estudando o Jornalismo e suas vertentes. Dois anos que revelaram mais do que eu imaginava. Dois anos em busca do diploma que, para mim, vale tanto. Nesses dois anos, passei por três semestres intacto. Estou passando pelo quarto neste exato momento. Até hoje, nesses dois anos, nunca precisei de exame para me aprovar. Até hoje.

Exame é o seguinte, o aluno burro (no caso eu) não consegue nota suficiente para ser aprovado. No caso de minha universidade a chamada média é 7. Amigos, eu fiquei com 6 em Lingua Portuguesa III: Linguagem, Texto e Discurso. Isso me arrasou. Como posso ter a cara de pau de querer ser um comunicólogo tirando 6 em Lingua Portuguesa III: Linguagem, Texto e Discurso?

Amigos, meu caso merece reflexão. Temo que tenha sido um sinal divino. O pior é que, como a maioria de vocês sabe, eu sou ateu e, portanto isso agrava mais ainda a situação. Estou em plena crise examinal, uma variação da crise existencial. Ficar de exame pode significar muitas coisas, mas temo pelo pior. Escolhi a profissão certa?

Certa feita, quando confessei meu desejo de ser um comunicador profissional para um parente próximo, ouvi o seguinte: “Olhe para você. Você precisa é fazer um curso de segurança”. Amigos, talvez o discurso que subestimei tivesse seu valor, afinal, o que fará um jornalista que tira 6 em Lingua Portuguesa III: Linguagem, Texto e Discurso?

Meus caros, isso não é brincadeira. É realmente grave, gravíssimo. Lembremos dos grandes homens da humanidade. Teria Einstein tirado 6 em Física? Nietszche tirou 6 em Filologia? Goebbels tirou 6 em Propaganda? Jesus Cristo fora tirou 6 na prova para carpinteiro? Duvido muito. É aí que mora o problema.

Minha nota baixa, que resultou no temido exame que ainda nem sei a data, é prova irrefutável que devo repensar o que estou fazendo. Talvez estivesse melhor na frente de uma boate, parado feito um poste e fazendo cara de mau. Estou decepcionado comigo mesmo e você, caro leitor, é quem paga por isso tendo de ler estes devaneios que estão carregados de minha tristeza momentânea.

Talvez eu me arrependa de ter escrito isso, talvez não. Talvez você use filtro solar. Talvez não. Mas uma coisa é certa: eu estou marcado para sempre, pois no quarto semestre do meu curso, fiquei de exame em pelo menos uma disciplina. Sim, em pelo menos uma. Ainda aguardo a divulgação de várias notas. Esperemos para ver o tamanho do fracasso deste fracassado que vos escreve.

domingo, 31 de outubro de 2010

Dilma presidente de São Paulo

Dilma presidente. Poucas vezes vi São Paulo comemorar tanto uma eleição. Fogos de artifício, bêbados pelas ruas, bares abertos (graças também ao feriado), e muita sacanagem pela cidade todinha. Daí, eu dei uma saidinha marota e, quando voltava pra casa, subi num ônibus abençoado.

Havia um bêbado e um grupo de adolescentes (bêbados também). Mas o melhor foi o bêbado. O bêbado representava em palavras o que aconteceu no dia de hoje. Aliás, foram tantos devaneios proferidos pelo cachaceiro que separei apeans uma frase do dito cujo:

“O Serrote se fudeu, Dilma presidente de São Paulo! A sapatona ganhou!”

Gênio.

domingo, 17 de outubro de 2010

TORCIDAS ORGANIZADAS NUM DOMINGO

Olá amigos gays. Fim de domingo modorrento, daí eu pedi para uma alma caridosa de meu Twitter me dar um tema para que eu discorra sobre. O tema foi: Torcidas organizadas. Foi o único tema sugerido, já que minha timeline se calou diante de meu apelo, como visto abaixo:


Amigos, quando criança eu queria ser da Independente, torcida organizada do time mais alegre da capital paulista. O São Paulo tava ganhando tudo. Tudo mesmo! Daí a Independente estava crescendo bastante. Mas, em 1996 houve uma tragédia na final da copinha e um garoto da torcida são-paulina assassinou um palmeirense. Ou o contrário, não lembro.

Desde então peguei ódio de torcida organizada. Reparem no termo, “organizada”. Sim, essa corja de malandrecos é organizada pra carregar baseados em ônibus. Esconder paus e pedras. Aliás, nesse lance de esconder paus a Independente é profissional, esconde paus que é uma beleza.

E daí você vem com esses argumentos que numa Copa do Brasil, por exemplo, a organizada será a única a comparecer numa cidade como Muzambinho. Foda-se. Não ligo. Melhor não ter torcida do que tê-los representando os são-paulinos.

Olha gente, resumindo bem o assunto, integrante de torcida organizada vai integrar cadeia no futuro. Se você é pai de família ou pessoa de bem e é membro de uma dessas facções criminosas disfarçadas, não se sinta ofendido e um abraço.

domingo, 29 de agosto de 2010

O engasgo

Eu voltava para casa. Estava cansado e nervoso porque minhas pilhas do mp3 player haviam descarregado. Não tinha nenhum livro na bolsa, daí a viagem tediosa de 40 minutos da faculdade para minha rua demoraria umas 2 horas.

Decidi observar o movimento na região de Santo Amaro, em São Paulo. À noite ela fica vazia, a maioria dos que ficam é composta por mendigos. Um deles chamou minha atenção. Era jovem, devia ter uns 28, estava deitado no pequeno espaço entre a porta de aço de uma loja e a calçada.

Ele estava agitado, falava sozinho. Passou uma pessoa com uma garrafa de água, ele pediu e a pessoa deu. O rapaz foi matar a sede deitado mesmo e se engasgou, levantou rindo de sua trapalhada, escarrou, passou na frente de meu ônibus, que ainda estava parado, e ficou meio sem graça.

Deitou na frente de outra porta de aço.

Talvez o sorriso revelado pelo engasgo tenha sido o único de seu dia.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A realidade é mais pesada que o céu


Dia de final antecipada, as duas maiores torcidas do Brasil se digladiam com seus gritos e bandeiras. De um lado o Corinthians, no ano de seu centenário, em busca de seu primeiro título na Libertadores. De outro o gigante Flamengo, em busca do bi-campeonato.

Começou o jogo e já parecia ano novo em Sampa, fogos, fogos e mais fogos para celebrar a entrada do Timão em campo. Nos bares a posição das cabeças denuncia: algo parou São Paulo. Na perua do transporte público os celulares ligados no velho companheiro de outrora. O rádio transmitia com fervor cada lance, cada chute, cada momento de desespero.

O tempo passa e o timão abre dois gols de vantagem, um deles do “Gordo” como bem proferiu um torcedor que ouvia a partida. O Flamengo diminui com Vágner Love. O resultado eliminaria o Timão, em pleno ano do centenário, em pleno ano dos investimentos milionários, em pleno Pacaembu, seu grande palco. Não, não. Não com o Corinthians! Isso não estava acontecendo!

Aos 35 do segundo tempo a pressão era tamanha e o espetáculo da torcida corintiana tão belo que, quem não tinha time para torcer logo decidiu se sensibilizar com a causa alvinegra. Não podia dar outra, aos 40 sairia o gol. Não saiu. Mas deixe estar, olha lá, falta aos 45 do segundo tempo, é gol na certa, isso é Corinthians! Mas não, não dessa vez, dessa vez o Corinthians não foi Corinthians.

O Timão fitou a realidade e se deu mal. É hora de repensar se a magia é maior que o preparo.

sábado, 24 de abril de 2010

Miniconto - O Imperdoável Astolfo

Porfírio Silva era funcionário público. Aos 35 anos de idade, tivera apenas relacionamentos amorosos frustrantes. O máximo que conseguira foi uma namoro que durou 1 semana.

Disposto a por fim em sua vida maçante, Porfírio comprou um computador. Ele ouviu no banheiro do trabalho alguém dizendo que era fácil arrumar mulher pela internet. Porfírio agora estava on-line, foi logo ao bate-papo e se interessou pelo nick Luana_21. Puxou papo, flertou e teve até uma ereção, a mesma que fizera falta no namoro de 1 semana. Porfírio Lopes estava maravilhado com Luana_21 e marcou um encontro após uma semana de papo.

Porfírio descobriu que Luana_21 era Astolfo e o 21 não era referência à idade.

Porfírio agora senta em almofadas.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eles são perfeitos! E nós? Bem...


O pleito de 2010 promete, afinal, a propaganda gratuita começou cedo. Nas bancas de jornal e nos cinemas, vemos PT e PSDB travando uma velada guerra de propaganda eleitoral disfarçada.
Os petistas com o filme “Lula, o Filho do Brasil” endeusaram o ventríloquo de Dilma de tal forma que, penso eu, até o povo da direita quis votar em Dilma, já que seu articulador é, afinal, um Deus, segundo a película.

Os tucanos, por outro lado, esbanjam sua pose de “limpamos a bunda com dinheiro, mas sem desperdiçá-lo”. É capa da Veja com pose de líder do Serra pra cá, é capa da Veja com a Dilma como mula perdida no mundo pra lá, e por aí vai.

E é no meio de tudo isso que nós, eleitores, entramos. O governo Lula gastou mais em publicidade do que o governo tucano de FHC. Foram 6,3 bilhões até 2008. O governo Serra, do estado de São Paulo, gastou só em 2009, mais de 290 milhões em propaganda. Isso são dados oficiais, os exemplos iniciais são oficiosos.

Quem perde somos nós que, enquanto sofremos nas filas de hospitais e com uma educação sofrível, vemos governantes que do alto de sua altivez, justificam absurdos e veem uma população que permanece calada e omissa. Até quando?

A voz do povo não é a voz de Deus, a voz do povo é a voz das Urnas.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Dissimulados em ação


Tenho acompanhado através da rede o alarde envolvendo a nova edição do Big Brother Brasil. Dentre as peripécias da turma de 2010 (use o filtro...) estão comentários homofóbicos do ex-bbb (hãn?) Marcelo Dourado. O lutador disse, entre outras pégolas (Dicésar Style), que gays são os únicos responsáveis pela disseminação do vírus da AIDS. Para ele, heterossexuais não transmitem o vírus.

Pois bem, defensores do rapaz embarcam num ataque feroz e desmedido contra os gays da casa, comentam que Sérgio declarou ter feito sexo oral num desconhecido numa boate aos 16 anos e que Angélica declarou que faz sexo com as parceiras sem camisinha. Outrora já expulsaram uma guria que, supostamente, fez sexo oral em outro participante do programa. Hipocrisia é o nome do que fazem os que defendem Dourado.

Por que um BBB homofóbico é favorito do público? Bem, penso cá com meus botões que o público usa Dourado como a voz do botequim. A voz do botequim é a mesma voz que há dois meses vazou da boca de Boris Casoy no episódio dos lixeiros. A voz de botequim é aquela voz que faz você xingar os negros quando eles viram as costas.

O favoritismo de Marcelo Dourado prova que grande parte do público do Big Brother Brasil é escória. No tal reality show o que vale é ser ignorante a ponto da audiência se identificar. Taí Kléber Bambam que não me deixa mentir.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Miniconto - Seguro Desemprego


Ele acordou e os olhos não mentiam, dormira pouco. Olheiras profundas impressionavam-no quando ele fitou seu reflexo magro no espelho da penteadeira. Os pensamentos corrompiam-lhe o sossego e a insônia era massacrante. Jurou que era seu último dia de sofrimento, tomou um bom banho e aproveitou para se masturbar. Saiu da ducha mais triste, por alguns segundos pensou nos espermatozóides no ralo. Vestiu uma daquelas becas de dar inveja ao mendigo, pegou o celular afoito e... nada, nenhuma mensagem, nem o relógio estava certo, ajustou e viu que já estava atrasado. Correu para o portão quando ouviu: - Fred, não esquece o cartão.

Frederico Balbudico pegou o cartão das mãos de sua mãe, ele morava só com a velha, que já não aguentava mais o quarentão no seu pé. Mas ele já tinha decidido, aquele dia seria o último de sofrimento, era tudo ou nada e Frederico jogara a toalha na fatídica madrugada que antecedera àquela modorrenta manhã. Abriu o portão e pegou um ônibus até o centro.

Gastou alguns minutos na Sé amaldiçoando cada mendigo com um olhar de desprezo. Fred não acreditava em mais nada, só no cartão. Dirigiu-se a uma agência da Caixa Econômica que fica próxima da Praça João Mendes. No caminho cuspiu aos pés de uma puta, só para demonstrar seu asco. Aquele povo fazia Fred enojar o ser humano de tal forma que antes de entrar na agência ele vomitou a janta da noite. Entrou, sacou seu cartão, digitou a senha e não havia dinheiro. Fred aceitou.

Saiu da agência e perambulou pelo centro até chegar à Rua dos Andradas, rumou para o número 69. Gastou os últimos R$ 20,00 de sua existência com uma puta que cheirava mal. Fred saiu do famigerado puteiro das Andradas e carregou, com esforço, suas pernas cansadas até o Viaduto Santa Ifigênia. Olhou para ambos os lados, olhou para baixo, para cima, debruçou-se sobre a grade, equilibrou-se com os pés, abriu os braços. O vento rasgava suas lágrimas e percorria-lhe o corpo causando a única sensação de liberdade em anos, Fred deixou seu pútrido cadáver vivo cair e encontrar conforto no capô de um Siena. Frederico foi enterrado como indigente. Ele estava sem carteira.