Hoje é dia 7 de abril. Se comemora o dia do jornalismo porque no dia 7 de abril de 1830, João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, brasileiro de origem italiana, fora assassinado por inimigos políticos. Porém, dia 7 de abril de 2011 será lembrado e relembrado porque foi um dia atípico. Foi o Dia do Jornalismo perfeito para analisarmos o jornalismo. Terremoto no Japão, aeroportos do rio fechando com ameaças de bomba e, claro, a tragédia de Realengo.
Já que faltam informações para os dois primeiros casos, vamos ao último, a tragédia da Escola Municipal Tasso da Silveira. Como o jornalismo vai se portar diante de fato estarrecedor?
O que vai acontecer com os programas de cunho jornalístico nos próximos dias?
1º ao 30º dia depois da tragédia
Hoje, teremos na escalada do JN, tudo que você possa imaginar sobre o caso. O Bonner vai mandar tirar a musiquinha do final do jornal. LUTO.
William Bonner
Ainda hoje, algum programa de variedades desses que passam à tarde, vai encontrar alguma vítima que possua algo diferente. Um aniversariante, por exemplo. Um amigo do atirador, talvez.
Programas especiais, que possuem mais tempo para serem feitos, como Fantástico e Domingo Espetacular, vão comparar a tragédia brasileira com o massacre de Columbine. Eles também vão botar um especialista em atiradores de escola pra falar. A Globo vai transmitir o (ótimo) Elephant, de Gus Van Sant no domingo maior. Nem o Tiago Leifert vai sorrir durante alguns dias.
30º ao 40º dia depois da tragédia
Vão procurar outro assunto.
O jornalismo funciona assim. A questão não é informar, é deixar você anestesiado, revoltado e tonto.